III CATC: Exploração de petróleo na Amazônia manterá autossuficiência energética do Brasil, diz Petrobras

A diretora executiva de Exploração e de Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, palestrou, nesta sexta-feira (23), no III Congresso Ambiental dos Tribunais de Contas (CATC), em Macapá (AP). Para uma plateia composta por autoridades, especialistas e sociedade civil, ela apresentou dados e estudos sobre a realidade e o cenário futuro do Brasil em relação à produção energética brasileira, de 4 milhões de barris por dia, atendendo à necessidade nacional sem precisar importar petróleo de outros países.

Sylvia dos Anjos explicou que durante a evolução da exploração de combustível fóssil no Brasil a autossuficiência energética foi alcançada em 2006, quando se produzia 2 milhões de barris por dia. Apesar de a produção da Petrobras hoje atender o consumo dos brasileiros, a diretora detalhou que há previsão de importação de petróleo a partir de 2030, caso não ocorra a perfuração de novos poços.

Atualmente, está em implantação o projeto denominado Margem Equatorial, que abrange desde o Estado do Amapá, no Norte, ao Estado do Rio Grande do Norte, no Nordeste. Sylvia destacou que o projeto permitirá a soberania energética do país, com segurança redobrada aliada à diversificação energética, sem excluir a energia eólica, por exemplo.

De acordo com dados apresentados pela diretora da Petrobras, 50% do Brasil já tem potencial de energia renovável, sendo destaque internacional. Das emissões do país de gás carbônico na atmosfera, apenas 30% são provenientes do setor de energia, ao contrário do que acredita a opinião popular, sendo a agropecuária e queima de florestas responsável por 63% das emissões totais.

No cenário mundial, o Brasil gera somente 1% do total de emissões de gases a partir da queima fóssil, enquanto China representa 31% do total e os Estados Unidos 13%. A necessidade de aumento da produção energética também busca melhorar o consumo de energia per capita dos brasileiros, que hoje está na 119ª posição do ranking mundial.

Sylvia dos Anjos justificou também a implantação da Margem Equatorial com base no investimento exploratório descentralizado, equilibrado e diversificado, ao custo previsto de R$16 bilhões, atendimento ao licenciamento ambiental exigido pelo Ibama, sem impacto em área sedimentar, com a instalação do Plano de Proteção à Fauna, sediado em Belém (PA), e o dobro de estrutura de resposta a possíveis acidentes.

Sylvia dos Anjos concluiu revelando também pesquisa do CNI que demonstra, dentre outros apontamentos, a geração de 2,1 milhões de empregos formais com a Margem Equatorial, além de mais de R$ 419 bilhões ao PIB, R$ 25 bilhões em tributos e outros R$ 20 bilhões de royalties e participações especiais. “Nós seremos importadores de petróleo, caso novas reservas não sejam incorporadas”, finalizou ela.

Confira slides da palestra da diretora executiva da Petrobras

III CATC

A terceira edição do Congresso Ambiental dos Tribunais de Contas (III CATC) acontece em Macapá (AP). O evento reúne representantes de Tribunais de Contas de todo o país, autoridades, especialistas e sociedade civil para discutir e promover a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

O III CATC é uma realização do Tribunal de Contas do Estado do Amapá (TCE-AP), da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), do Instituto Rui Barbosa (IRB), do Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC), da Associação Brasileira de Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom) e da Associação Nacional dos Ministros e Conselheiros Substitutos dos Tribunais de Contas (Audicon).

Assista a programação do 2º dia de evento

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