O último painel do III Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas (CNCTC) reuniu o advogado especializado em publicidade Bruno Camargo da Silva, o jornalista e diretor da Deutsch Comunicação Estratégica, Áureo Germano, o jornalista e sócio-diretor do Museu da Pelada Sergio Pugliese e o coordenador de Comunicação da Atricon, Ederson Marques (mediador), para discutir “Estratégias para melhorar imagem institucional, relacionamento com a imprensa em situação de crise e gestão de fake news e desinformação”.
Ederson destacou que a fake news costuma ser apenas o início de uma crise, que pode ganhar diferentes proporções. “A fake news é o começo, e não o fim, de uma crise”. Ele alertou para o crescimento de editorias de checagem nos veículos tradicionais e para o risco de informações falsas circularem por aplicativos de mensagens sem verificação, gerando crises de imagem.
Bruno Camargo abriu o diálogo apontando que, quando a desinformação atinge a máquina pública, o agente de controle deve participar do debate. Ressaltou que “a autopromoção de agentes públicos com base em fake news é improbidade administrativa. Para ele, a inteligência artificial acelerou a produção de conteúdos falsos. Ele defendeu um microssistema de enfrentamento, com monitoramento ativo, resposta imediata, parcerias com a imprensa confiável e painéis de checagem institucional, além do uso de vídeos curtos, selos de verificação, ações acadêmicas, legislações regulatórias e a não banalização das fake news como estratégias de combate.
Áureo Germano enfatizou que a prevenção é a melhor forma de enfrentar crises, defendendo assessorias estruturadas, bom relacionamento com jornalistas e preservação da reputação institucional e do assessor. “Prevenir crises é investir em relacionamento e em equipe preparada”. Citou caso de grande repercussão em que reverteu imagem negativa de uma acusada, utilizando podcast e série documental para sensibilizar a imprensa e reabrir o debate.
Sergio Pugliese reforçou o uso da tecnologia como aliada, tais como séries e podcasts, e a importância de mapear pontos sensíveis antes que problemas surjam. “Todos na instituição devem zelar pela imagem do órgão”, afirmou. Defendeu media training e ação rápida nas redes sociais. Para ele, jornalismo é uma troca, e a informação correta deve ser repassada sem medo, evitando distorções que prejudiquem a credibilidade.
III CNCTC
O III Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas (CNCTC) acontece até esta quinta-feira (7), no Ribalta, espaço multieventos localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com o tema central “Estratégia, inovação e diálogo com a sociedade”. O encontro reúne comunicadores, especialistas, acadêmicos, servidores e membros dos Tribunais de Contas de todo o país para debater os desafios contemporâneos da comunicação institucional no controle externo.
O evento é uma realização conjunta da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCMRio) e Instituto Rui Barbosa (IRB), e conta com o apoio institucional do Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC), da Associação Brasileira dos Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom) e da Associação Nacional dos Ministros e Conselheiros Substitutos dos Tribunais de Contas (Audicon) e patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Águas do Rio, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) e Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ) e Multiplan.
Texto: Lyniker Passos/TCM-GO
Foto: Joel Arthus/TCE-AM
Edição: Ligia Caputo/TCMRio e Abracom