Em painel coordenado pela conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Sergipe (TSE-SE), Susana Azevedo, a Secretária de Comunicação do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), Giselly Siqueira, falou da importância de parcerias com influenciadores digitais, empresas de Tecnologia como Google e Meta e de iniciativas de checagem de notícias, para a estratégia do TSE de combate à desinformação durante o período eleitoral. A palestra foi ministrada no início da tarde desta terça-feira, (14/02), como parte da programação do I Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas, que será realizado até amanhã em Florianópolis (SC). O painel teve como mediadores os jornalistas Roberto Azevedo (SBT) e José Augusto Gayoso, diretor da Associação Catarinense de imprensa.
Giselly lembrou que a preocupação do Tribunal com o ambiente de desinformação instalado em quase todas as grandes democracias na atualidade, remonta ao ano de 2017 (após as eleições de Donald Trump nos Estados Unidos e o movimento que culminou com a saída do Reino Unido da União Europeia, denominado Brexit). A partir de então, contou, uma série de iniciativas foram tomadas pelo TSE para monitorar e combater desinformação, que resultou na criação, em 2022, da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação naquele Tribunal, que atua em parceria com a Secretaria de Comunicação da instituição. Ela destacou ainda que os ataques sistemáticos à Justiça Eleitoral, que levaram a um clima de desconfiança em relação à lisura da atuação da Justiça Eleitoral, remontam às eleições de 2018, e seriam, comprovadamente, uma estratégia bem estabelecida para enfraquecer a democracia.
A jornalista, com larga experiência em gestão de equipes em órgãos públicos, explicou que toda a atuação do TSE no combate à desinformação se concentra em três eixos: informar, capacitar e responder. Além de manter um relacionamento próximo e transparente com os meios de comunicação midiáticos, para fornecer informação checada e de qualidade à sociedade, o Tribunal também atuou na capacitação de segmentos da sociedade, por meio inclusive de visitas a escolas, e até mesmo de influenciadores digitais que puderem conhecer melhor o funcionamento das urnas eletrônicas e o trabalho de apuração.
Ela destacou que a instituição tem se preparado para responder com agilidade os ataques à instituição, para mitigar a virtualização de notícias falsas. A jornalista também apresentou uma série de produtos desenvolvidos pela Secretaria de Comunicação do TSE, em formatos diversos como texto, áudio e vídeo, produzidos de forma segmentada para os canais e públicos aos quais se destinam, e apresentou números expressivos de audiência e evidências de sucesso das campanhas, que resultaram em maior alistamento de segmentos de eleitores e ampliação do comparecimento às urnas.
Ela sugeriu que os tribunais de contas também busquem produzir parcerias com empresas e entidades que ajudem esses órgãos a explicar a importância da sua atuação para a sociedade, e que procurem se comunicar de forma cada vez mais simples, e segmentada, permitindo aos cidadãos compreenderem a forma como atuam, a despeito do desafio que representa comunicar temas mais complexos.
A conselheira Susana Azevedo destacou a importância do tema combate à desinformação, que ela classificou como um câncer enfrentado pelas democracias e elogiou a atuação da jornalista à frente da comunicação do TSE durante o período eleitoral. “Precisamos de mais mulheres em cargos públicos que possam atuar com essa mesma fibra e entusiasmo”, declarou.