Painelistas discutem diversidade e uso de linguagem simples no terceiro painel do II CNCTC

Abrindo a programação do segundo dia do II Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas (CNCTC), o Painel “Diversidade, inclusão e acessibilidade” trouxe as especialistas Manoela Alves, CEO do Instituto Enegrecer, e Mariana Oliveira, secretária de Comunicação do Supremo Tribunal Federal (STF). Marília Silva, economista-chefe da Findes e madrinha do movimento “Elas no Orçamento”, foi a mediadora do terceiro painel do Congresso. 

“É uma ótima oportunidade estar aqui com duas mulheres, especialmente com outra mulher negra. A diversidade, a inclusão e a acessibilidade andam juntas. A verdadeira diversidade só acontece com a garantia da acessibilidade, e sem acessibilidade não alcançamos a inclusão”, disse Marília.

Em seguida, Manoela Alves abriu as apresentações com o tema “A jornada da comunicação antidiscriminatória e o respeito à diversidade na Administração Pública”, apresentando o Instituto Enegrecer, afroempreendimento idealizado para enfrentamento às desigualdades sociais e discriminação.

“A pauta antidiscriminatória deve ser um pilar da governança. Essa pauta pode ser defendida nos órgãos públicos por meio de um posicionamento firmado em documentos, procedimentos protocolares, e ações contra a discriminação na administração pública”, afirmou.

Ela explica que, para alcançar uma comunicação mais diversa, é necessário construir inicialmente equipes diversas, com representatividade de raça, gênero, diversidade sexual e pessoas com deficiência, visando reunir profissionais que possam agregar e compartilhar vivências diversas na comunicação. “Garantir diversidade dá trabalho, mas vai valer a pena se quisermos garantir um mundo melhor e mais inclusivo”, disse.

Manoela ressaltou, ainda, a importância de se ter cautela e sensibilidade para evitar reforçar estereótipos na comunicação, em especial na comunicação visual. É necessário visualizar, sempre, quem está em evidência e quem não está, e como essa pessoa está sendo representada. Por fim, a especialista apresentou algumas estratégias simples que podem ser adotadas para a garantia da comunicação anti discriminatória.

Linguagem simples

Dando seguimento ao Painel, Mariana Oliveira iniciou a discussão sobre “O desafio da linguagem simples na comunicação pública” apresentando as medidas e estrutura adotadas pela equipe de comunicação do STF visando uma comunicação democrática. 

Ela ressaltou que, atualmente, diminuir a animosidade e o discurso de ódio e trabalhar com agilidade na devolutiva para a imprensa são os principais desafios enfrentados no Supremo Tribunal Federal.

Para contornar esses desafios, algumas das principais estratégias em andamento são a despersonalização do STF e o uso da linguagem simples, a fim de aproximar o tribunal da vida das pessoas. Após, a secretária apresentou os procedimentos e resultados até então realizados pela equipe de comunicação.

“O meio jurídico por si só utiliza termos específicos e de difícil entendimento para a população geral, e existe uma cultura de conservação dessa linguagem jurídica e complexa desde a graduação. O jornalista que trabalha nesse meio costuma ter ‘medo’ de errar por não compreender os termos, mas é nosso papel romper com essa cultura”, afirmou. 

II CNCTC

Mais de 400 profissionais estão em Vitória, nestes dias 4 e 5 de julho, para o II Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas. A edição deste ano tem como tema central o “Papel da Comunicação Pública na Defesa da Democracia”. São 12 atividades, entre paineis, palestras e oficinas, que abordam assuntos da atualidade mais importantes para uma comunicação eficiente.

O II CNCTC é uma realização do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Instituto Rui Barbosa (IRB), Associação Brasileira dos Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom), Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC) e Associação Nacional dos Ministros e Conselheiros Substitutos dos Tribunais de Contas (Audicon).

O evento tem o patrocínio de Banestes, Banrisul, Tribunais de Contas do Estado do Amapá, de Goiás e do Amazonas. Além disso, há apoio do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do Programa de Combate à Desinformação, do Governo do Estado do Espírito Santo, da Prefeitura de Vitória, da Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTV), da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), da Asociación de Entidades Oficiales de Control Público del Mercosur (ASUR), da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABC Pública), da TVE-ES, da Assembleia Legislativa do Espírito Santo e dos Tribunais de Contas do Estado de Mato Grosso e Santa Catarina.

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Fonte: TCE-ES