O vice-presidente de Relações Político-Institucionais de Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Cezar Miola, representou a entidade durante a cerimônia de abertura do XV Encontro Técnico de Gestão de Pessoas dos Tribunais de Contas do Brasil. Realizado pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS) em parceria com o Instituto Rui Barbosa (IRB), o evento ocorre até o dia 1º de outubro, no auditório Romildo Bolzan da Corte de Contas gaúcha, em Porto Alegre.
Tendo como tema “Reconstruindo caminhos: a gestão de pessoas como pilar da transformação”, o encontro teve como propósito compartilhar boas práticas, estimular a inovação e discutir os desafios do setor público no cuidado com seus profissionais. A programação incluiu palestras, apresentações e integração entre servidores e gestores das áreas de recursos humanos.
Durante a abertura, Cezar Miola saudou todos os participantes do evento. “É nesse cenário de expressão de gratidão que nós estamos sediando em 2025 esse Encontro Técnico de Gestão de Pessoas. Eu falo com muito carinho e com muito cuidado em relação a esse assunto, porque o primeiro encontro aconteceu quando eu era presidente desse Tribunal, nós o criamos e implementamos. O meu carinho, e até o meu entusiasmo com essa agenda no âmbito do sistema de contas, capitaneada pelo comitê do Instituto Rui Barbosa, me leva a fazer uma espécie de digressão. Nós dos órgãos de controle temos uma responsabilidade que tem uma intervenção muito grande e particularmente especial. Porque envolve o cuidado como produto do esforço da sociedade, arrecadando, recolhendo os seus tributos que financiam as políticas públicas, e nós somos esse olhar”, afirmou Miola.
O presidente do Comitê Técnico de Gestão de Pessoas do Instituto Rui Barbosa (IRB) e vice-presidente Executivo da Atricon, Joaquim de Castro, afirmou que, para ele, é uma alegria imensa estar reunido mais uma vez para um encontro de gestão de pessoas. “Fizemos questão de trazer aqui para o Rio Grande do Sul, também pelas dificuldades do ano passado que todos os gaúchos passaram e tiveram aqui toda a nossa solidariedade. Também registro o reconhecimento do Instituto Rui Barbosa, que, por meio do seu Comitê Técnico, vem desempenhando um papel fundamental na articulação de ideias, boas práticas e disseminação de conhecimento entre os tribunais de contas. É um tema que nos reúne reconstruindo caminhos, a gestão de pessoas como pilar da transformação”, avaliou.
O conselheiro, que representou o IRB na cerimônia, ressaltou que as instituições de controle necessitam cada vez mais alinhar as versões estratégicas de pessoas à sua missão constitucional. Lembrou que, como disse Luís Fernando Veríssimo, escritor gaúcho que nos deixou recentemente, ninguém é o que pensa que é, muito menos o que diz que é. “Precisamos da complicação para nos definir, ou seja, ninguém é nada sozinho, somos o nosso comportamento com o outro. A essência da gestão de pessoas está justamente na interação, no convívio, na construção coletiva e no relacionamento humano que se fortalecem para os funcionários e se viabiliza a transformação. Então, esse encontro é um convite para refletirmos sobre como nossas equipes podem ser protagonistas das mudanças que desejamos para o setor público.”
“Mais do que alinhar conhecimentos, é momento de fortalecer laços, partilhar aprendizados e criar um diálogo institucional para que possamos construir soluções conjuntas e sustentáveis. Desejo que esse XV Encontro Técnico de Gestão de Pessoas seja inspirador, seja produtivo e que seja transformador, que no final possamos sair daqui mais conscientes da nossa missão, mais engajados e ainda mais comprometidos com a valorização das pessoas que fazem os tribunais de contas fortes e indispensáveis para a democracia”, argumentou Joaquim Castro.
O evento conta com o apoio da Atricon, da Associação Brasileira dos Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom), do Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC), da Associação Nacional dos Ministros e Conselheiros Substitutos dos Tribunais de Contas (Audicon) e da Associação Nacional do Ministério Público de Contas (Ampcon).
A primeira palestra abordou o tema “Integrando saúde mental à estratégia: valorizando pessoas, fortalecendo organizações”. Marcos Mendanha, médico, advogado, diretor e professor da Faculdade Cenbrap, falou sobre saúde mental ocupacional e sobre Bournout. Trouxe temas complexos e propôs soluções práticas para o dia a dia, além de fazer um relato sobre como estresse crônico nos tira da normalidade, assim como também nos cansa.
Na oportunidade, Mendanha falou que as instituições precisam investir em seis áreas — sobrecarga de trabalho; falta de autonomia e controle do trabalhador sobre o trabalho; recompensa insuficiente (monetária ou de reconhecimento); perda de comunidade ou pertencimento; falta de equidade ou justiça; e conflito de valores — para o ambiente ocupacional ser o promotor de engajamento e jamais de Bournout. Diante desse cenário, o especialista destacou a importância das instituições estarem preparadas para acolher os funcionários, não tendo medo de falar sobre saúde mental e aprendendo a investir no tema para aumentar os resultados.
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Fotos: Jürgen Mayrhofer