O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou, nesta terça-feira (21), a abertura do Seminário Internacional “O Futuro da Auditoria Pública: Dados, Inovação e Cidadania”, promovido no Instituto Serzedello Corrêa (ISC), em Brasília. O presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Edilson Silva, participa do evento, que prossegue até esta quarta-feira (22), e reúne especialistas, autoridades e representantes de órgãos de controle do Brasil e do exterior para debater os desafios e as oportunidades relacionados ao uso de tecnologia, inovação e participação cidadã no fortalecimento da auditoria pública.
A mesa de abertura foi composta pelo presidente do TCU, ministro Vital do Rêgo; pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho; pelo presidente da Atricon, Edilson Silva; pelo presidente da ASUR e do TCE-RS, Marco Peixoto; pelo diretor-executivo do Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA Brasil), Paulo Gomes; pelo vice-presidente de Ensino, Pesquisa e Extensão do Instituto Rui Barbosa (IRB), Sebastião Helvecio de Castro; pelo presidente da União dos Auditores Federais de Controle Externo do TCU, Clemens Santos; e pela presidente da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC), Thaisse Craveiro de Souza.
Em sua fala de abertura, o ministro Vital do Rêgo destacou que o controle público vive um momento de profunda transformação, em que se torna essencial unir boa gestão, governança e empatia social. “Os cidadãos esperam de nós não apenas a identificação de irregularidades, mas também a capacidade de compreender problemas, propor soluções e garantir a boa aplicação dos recursos públicos com eficácia e transparência”, afirmou. O presidente do TCU ressaltou ainda que o controle deve estar cada vez mais próximo dos anseios da população, compreendendo suas necessidades e expectativas e atuando de forma preventiva e colaborativa.
Vital do Rêgo mencionou a iniciativa-piloto “Cidadão no Controle”, que tem aproximado o Tribunal da comunidade escolar por meio de escutas ativas com estudantes, professores e gestores da rede pública de ensino. O projeto busca estimular a cidadania e fortalecer o papel do controle social como ferramenta de aperfeiçoamento das políticas públicas. O ministro também destacou o papel da tecnologia como aliada estratégica na construção de um controle moderno, citando o desenvolvimento de soluções digitais, robôs e sistemas de inteligência artificial que tornam as auditorias mais eficazes. “A Plataforma Cidadão representa um marco na história do TCU e uma ponte para o futuro, integrando inteligência artificial e conhecimento humano em favor do cidadão”, concluiu.
O presidente da Atricon, Edilson Silva, ressaltou a importância da iniciativa do TCU ao reunir lideranças e especialistas para discutir a modernização do controle público. “É uma alegria muito grande participar deste importante evento, representando todos os Tribunais de Contas e seus membros em todo o Brasil. Temos orgulho em apoiar uma iniciativa que articula dados, inovação e cidadania como base de um novo ciclo do controle público no país”, afirmou.
Edilson Silva destacou que a missão da Atricon é representar, defender, integrar e aperfeiçoar os Tribunais de Contas e seus membros, em prol do fortalecimento do sistema de controle externo brasileiro. “A Atricon, em parceria com o Instituto Rui Barbosa, a Audicon, a ANTC e demais entidades, promove cooperação, padronização, capacitação e difusão de boas práticas, impulsionando a agenda da modernização da auditoria pública”, observou.
O presidente da Atricon também defendeu uma auditoria pública centrada no cidadão, que não apenas identifique falhas, mas que gere valor público e confiança social. “O cidadão deixa de ser apenas um destinatário de relatórios e passa a ser coprodutor de valor público, quando políticas são corrigidas em tempo ágil e os serviços prestados à sociedade melhoram”, disse.
Ao abordar o uso da tecnologia no controle, o conselheiro destacou a importância de unir inovação e responsabilidade. “A transformação digital constitui a estrutura invisível do novo controle: dados governáveis, integração segura de sistemas, inteligência artificial explicável e automação que libera tempo para o juízo crítico do auditor”, pontuou.
Encerrando sua participação, Edilson reafirmou o compromisso da Atricon em atuar lado a lado com o TCU e as demais instituições do sistema de controle externo. “A mensagem que deixamos é simples e objetiva: cidadania como norte, gente preparada e inovação responsável. No setor público, tecnologia é meio — confiança é tudo. Estamos integrando esforços para que o controle do futuro seja, de fato, um controle que gera valor público — o valor que o Brasil tanto precisa”, concluiu.
O seminário prossegue nesta quarta-feira (22), com painéis voltados à inovação, à inteligência artificial e à aplicação de dados na auditoria pública, reafirmando o compromisso do sistema de controle externo com a transparência, a eficiência e o fortalecimento da cidadania.