No Brasil, 1,3 milhões de alunos por ano deixam o ensino regular. Ou seja, a cada 24 segundos, um estudante abandona a escola. Isso representa uma perda de R$ 7.182.894.000,00 em verba pública. É o que afirmou o diretor do Instituto Ayrton Senna e ex-reitor da UFPE Mozart Neves, durante sua palestra no XXVIII Congresso de Tribunais de Contas do Brasil, que acontece no centro de convenções do Hotel Sheraton, na Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. “Se juntarmos com as reprovações, vira uma perda de R$ 23 bilhões por ano. É perda porque o mesmo aluno vai ocupar a mesma cadeira, estudar com a mesma professora, comer a merenda de novo”.
De acordo com ele, mais de 1 milhão de jovens de 15 a 17 anos não estudam nem desenvolvem alguma atividade remunerada com base na Lei do Estatuto da Criança e do Adolescente ou do Jovem Aprendiz. “E quem não investe em educação, vai ter que investir em combate à criminalidade, em saúde”, pontuou. Neves comentou que a sala de aula hoje é algo enfadonho. “O aluno quer uma escola que caiba na sua vida. É preciso ter foco na educação integral, com as habilidades cognitivas dialogando com as socioemocionais, as chamadas habilidades para a vida – saber trabalhar em equipe, se comunicar, ter criatividade”, disse. “Os países que estão no topo estão mudando suas matrizes curriculares. O Japão, por exemplo, reduziu 30% de seu currículo para dar espaço às habilidades para a vida na escola”. O diretor do Instituto Ayrton Senna reforçou também a importância de implementar melhorias para os professores. “É preciso tornar a carreira do Magistério mais atraente, com um Plano de Cargos e Carreira associado à formação e estímulos para aulas melhores”.