Para Marini, “o que motiva a discussão é a demanda da sociedade por educação, saúde, segurança, e a capacidade limitada do estado em atender esse conjunto de necessidades”. Para ele, isso torna fundamental a discussão de um “futuro para a administração pública”.
O professor delimitou que uma “temática contemporânea” ainda não foi suficientemente digerida pelo poder público. Ou seja, uma administração que pensa no futuro ainda está caminhando e, no atual momento econômico do país, é preciso que essa caminhada avance. Ele justificou a fala fazendo um comparativo entre ajuste e desenvolvimento, no qual o ajuste é imediato e o desenvolvimento refere-se a médio e longo prazo.
O palestrante explicou o que seria uma “agenda contemporânea” na atual administração pública. “Estamos evoluindo do velho paradigma do governo que governa a sociedade, para aquele que governa para a sociedade, e indo na direção do que governa com a sociedade”, destacou. Nesse contexto, segundo Marini, os tribunais de contas não seriam apenas “de contas”, mas “de impacto”, já que “o controle público tem como elemento consequente o aperfeiçoamento da gestão”, explicou.
Nessa governança contemporânea, para o palestrante, o objetivo seria criar valor público por meio da melhoria do desempenho, conseguindo, através do fortalecimento institucional e do relacionamento com outros atores, a radicalização positiva da economia por transparência, controle social e capacidade de interação entre estado e sociedade. Finalizando, Marini comentou que, para que esses projetos se concretizem, é preciso, por parte do estado “visão a longo prazo, alinhamento estratégico, nova arquitetura organizacional, inovação tecnológica e gestão estratégica de pessoas”. Desta maneira, as demandas tanto da sociedade quanto do estado seriam atendidas.