As disparidades envolvendo a oferta de ensino remoto entre as redes privada e pública, os impactos da desigualdade social nesse processo e a inserção da cultura digital nas competências obrigatórias nos currículos escolares foram alguns dos temas abordados no debate virtual “Educação em Tempos de Pandemia”, promovido pela Escola de Contas Públicas Professor Barreto Guimarães, do Tribunal de Contas de Pernambuco.
O debate teve a participação do presidente do Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa (CTE-IRB), Cezar Miola, e do professor titular do Instituto de Estudos Avançados da USP e membro do Conselho Nacional de Educação, Mozart Ramos, mediados pelo diretor da Escola de Contas, Valdecir Pascoal.
Para o professor da USP, Mozart Ramos, essa nova realidade descortinou as grandes desigualdades entre a educação pública e a privada. “Enquanto as redes particulares conseguiram oferecer com rapidez atividades não presenciais e treinar os seus professores, as públicas operam com grandes dificuldades em razão das questões socioeconômicas dos alunos, da falta de estrutura das escolas e da ausência de treinamento dos professores”, disse.
Mozart Ramos comentou que, mesmo aqueles que conseguiram oferecer ensino remoto de forma mais ágil, não tiveram condições de atingir a todos os seus alunos. “Daqui para frente, cada vez mais, as secretarias devem pensar em investimentos em tecnologia, inserindo essa questão nos seus orçamentos”, afirmou.
A necessidade da ampliação da transparência das ações adotadas pelos gestores públicos na área da educação foi ressaltada pelo presidente do CTE-IRB, Cezar Miola. “Fizemos um levantamento junto a inúmeros portais de governos de Estados e de várias capitais e verificamos que há um bom nível de transparência quanto às medidas na área da saúde, mas a mesma situação não acontece no campo da educação. Em razão, dessa carência de dados, devemos emitir uma nota técnica com orientações para que os órgãos de controle possam atuar”, ressaltou.
Cezar Miola também avaliou que é preciso melhorar a gestão dos recursos destinados à educação e verificar o desempenho dessa política pública. “Precisamos analisar se os investimentos se traduzem em benefícios e melhoria da qualidade da oferta de ensino. Essa é uma das ações que CTE-IRB vem trabalhando no âmbito dos Tribunais de Contas” disse.
Acesse a íntegra do debate virtual em https://bit.ly/3griTIu.
Texto: Priscila Oliveira