Os auditores e técnicos do Tribunal de Contas do Município de São Paulo realizaram nesta terça-feira (25) as vistorias da Operação Educação, um trabalho coordenado com Tribunais de Contas de todo o país.
Entre as 36 escolas municipais vistoriadas, apenas uma teve nota 2, numa escala de 1 a 6, estabelecida pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon). Nenhuma escola da cidade de São Paulo recebeu a nota 1, referente à pior classificação. As demais 34 escolas tiveram nota 3 ou superior.
“É claro que há ajustes a serem feitos, e existe uma margem para que a estrutura das escolas vistoriadas melhore, mas avaliamos que o quadro geral é muito bom comparado com outras regiões do país”, afirma o coordenador de Controle Externo do TCM-SP, Fredy Miller.
Sanitários e acessibilidade são maiores problemas
A Operação Educação encontrou problemas pontuais nas áreas externas e internas das escolas, além das áreas comuns utilizadas pelos alunos, como refeitório, quadra, sala de informática e parque.
Boa parte dos problemas foram observados em banheiros, como pias sem cuba ou torneiras quebradas, sanitário sendo usado como depósito, banheiro infantil servindo como passagem para a área externa da escola, infiltrações, vazamentos e problemas no encanamento.
Em uma das escolas, alimentos e produtos de limpeza dividiam o mesmo ambiente de armazenamento. Também foram encontrados muros caídos, locais com rachaduras e pisos danificados, mofo e infiltração, inclusive nas salas de aula.
Os auditores ainda fizeram apontamentos sobre problemas no piso tátil e na acessibilidade, além de questões relativas à segurança, como obstrução de hidrante, rampa com risco de acidente ou falta de rampa, tela danificada e quadro elétrico exposto.
A realidade em uma das escolas municipais de SP
Uma das unidades educacionais visitadas pelos técnicos do órgão foi a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Professor João de Lima Paiva, localizada no bairro de Guaianazes, zona leste da capital paulista.
A unidade conta com 800 alunos distribuídos em 2 turnos regulares e 13 salas de aula. Segundo a diretora, Priscila Araújo Soares, há problemas que perduram – como enchentes e alagamentos que impedem a entrada e saída de pais e alunos – além da falta de acessibilidade em alguns locais. Uma questão recente apontada pela gestora, diante da insegurança vivida nas últimas semanas pelos casos envolvendo a violência em escolas, é que houve a necessidade de ampliação das rondas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e do alcance das câmeras de segurança.
Para a auditora de controle externo do TCM-SP, Helen Steffen, esta fiscalização conjunta é para analisar no local a infraestrutura básica das escolas, que foram selecionadas para abranger o maior número de distritos, garantindo assim um quadro mais próximo da realidade. “É muito importante este diagnóstico que estamos fazendo, que nos ajudará a mobilizar o poder público na elaboração de políticas aprimoradas e assegurando que os recursos públicos cheguem a quem mais precisa”, afirmou ela. Segundo Sandro Mongelli, também auditor, o objetivo do trabalho não é apenas apontar irregularidades ou verificar infrações, mas sim fazer uma radiografia de todos os centros educacionais com informações que serão compiladas nacionalmente.
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Próximos passos
Os resultados serão compilados em âmbito estadual e nacional. A estimativa é que os relatórios sejam divulgados no dia 27, a partir das 14h.
A iniciativa, uma parceria entre a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), tem o apoio técnico do Instituto Rui Barbosa (IRB), por meio do seu Comitê de Educação (CTE-IRB), e ainda o suporte institucional da Associação Brasileira de Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom) e do Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC).
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Fonte: TCM-SP