No Dia Internacional das Línguas de Sinais, celebrado nesta segunda-feira (23/9), o Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) passa a disponibilizar, em seu Portal (www.tce.sc.gov.br) na Internet, uma ferramenta — Hand Talk — que permite a tradução simultânea dos conteúdos em texto para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) a pessoas surdas ou com algum grau de deficiência auditiva (Vídeo e Rádio).
“A iniciativa tem por objetivo promover a inclusão social e a cidadania e está em consonância com a Lei (federal) n. 13.146/2015”, salientou o presidente do órgão de controle externo, conselheiro Adircélio de Moraes Ferreira Júnior. “É um pequeno passo na direção da acessibilidade digital”, enfatizou.
Só para se ter uma ideia, existem mais de 350 milhões de surdos no mundo, sendo 9,7 milhões no Brasil, em 2010, e cerca de 300 mil em Santa Catarina, em 2017, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com informações postadas no site da Hand Talk, 80% dos surdos têm dificuldade em ler e escrever a língua escrita do seu país, pois a experiência de comunicação dessas pessoas ocorre principalmente de forma visual. Diante disso, a maioria depende, exclusivamente, da língua de sinais para se comunicar e obter acesso à informação.
“Bela iniciativa do Tribunal”, enalteceu a auditora fiscal de controle externo Aline Momm. Lotada na Diretoria de Atos de Pessoal do TCE/SC, a servidora tem perda auditiva, mas seu grau permite uma comunicação razoavelmente boa com o uso de aparelhos.
Ao destacar que a comunicação tem papel crucial no desenvolvimento do ser humano e na sociedade, ela acredita que a ação contribuirá significativamente para a inclusão e valorização das pessoas com deficiência auditiva.
“Assim, toda iniciativa no sentido de garantir pleno acesso à informação propicia maior integração dessa comunidade e, no caso do Tribunal de Contas, será de fundamental importância para seu efetivo conhecimento e participação no controle dos recursos públicos”, afirmou.
Segundo o diretor de Tecnologia da Informação da Corte catarinense, Wallace da Silva Pereira, o aplicativo poderá ser utilizado em computadores desktop.
Para tanto, basta clicar no botão colocado na lateral direita de todas as páginas do Portal. Abrirá uma tela com um avatar digital, o personagem Hugo. Na sequência, o usuário deverá clicar no texto desejado para o intérprete fazer a tradução para Libras. Para navegar pelas demais páginas, será necessário clicar no item desejado e na opção “Acessar link”.
Pesquisa realizada pela colaboradora Damaris Paula Castilho, que atua na DTI e cursa Letras-Libras na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), revelou que entre os tribunais de contas, “o TCE/SC é o primeiro a adotar um método de tradução simultânea, de forma contextualizada e com o uso de inteligência artificial, mais próximo do dia-a-dia da comunidade surda”.
A promoção da acessibilidade no Portal está entre as iniciativas estratégicas do Comitê de Governança da Tecnologia da Informação e Comunicação, instituído pela Portaria N. TC-537/2019.
“Proporcionar a acessibilidade aos surdos é permitir que possamos viver todos juntos, numa sociedade em que todos somos iguais, respeitando as nossas diferenças”, arrematou a servidora da Secretaria Geral do Tribunal Patrícia de Melo Lisboa, uma incentivadora da inclusão social.
Deficientes visuais
Além da ferramenta para a comunidade surda, o Portal da Corte catarinense disponibilizou recurso para transformação dos textos em áudios para acessos, por computadores desktops, por pessoas com baixa visão ou que têm dificuldade em ler conteúdos, principalmente.
Um plugin foi disponibilizado na página principal, acima do que permite a leitura em Libras. O uso do mecanismo funciona da mesma forma.
Saiba mais 1: Diferença entre Surdo e Deficiente Auditivo
Surdo – pessoa que tem perda profunda da audição e não escutam nada.
Deficiente Auditivo – pessoa que sofreu perda leve ou moderada da audição, portanto, escuta parcialmente. |
Fonte: http://blog.handtalk.me/
Saiba mais 2: Setembro Azul – o mês dos Surdos
O mês tem datas importantes para a comunidade surda, sejam elas lembranças das perdas do passado ou celebrações das conquistas:
A cor azul representa dois momentos distintos. Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas identificavam as pessoas com deficiência com uma faixa azul no braço, por considerá-las inferiores. E os surdos também eram obrigados a usá-la. Com o fim da guerra e o passar dos anos, a cor passou a simbolizar ao mesmo tempo a opressão enfrentada pelos surdos e o orgulho da identidade surda. Essa ressignificação do azul ficou marcada na Cerimônia da Fita Azul (Blue Ribbon Ceremony) em 1999, que lembrava os surdos que foram vítimas da opressão. Nela, o Dr. Patty Ladd (surdo) usou uma fita azul no braço pela primeira vez como símbolo do movimento. |
Fonte: http://blog.handtalk.me/
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