Publicado no G1 SP: TCE vai fazer auditoria extraordinária nos trens do monotrilho que bateram em SP

O objetivo é averiguar as causas e consequências do acidente ocorrido no último dia 29. Em um mês de funcionamento Linha 15-Prata apresentou uma falha a cada dois dias e meio.

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) vai fazer uma auditoria extraordinária nos trens do monotrilho que bateram no último dia 29. O objetivo é averiguar as causas e consequências do acidente.

Por volta das 23h do último dia 29, dois trens da Linha 15-Prata do Metrô bateram na estação Jardim Planalto. As composições estavam vazias e ninguém se feriu.

Em ofício enviado ao presidente do TCE, Renato Martins Costa, o conselheiro Antonio Roque Citadini pede que a auditoria se realize para se observar a “clareza das ações de prevenção empreendidas em tais ocorrências. Ainda que no caso o acidente tenha se dado com trens vazios, interessa ao controle externo conhecer a existência de sistemas de prevenção e avaliar sua credibilidade”, diz o texto.

O autônomo Everton Oliveira de Brito, morador da região, usou um drone para registrar mais de perto o resultado do acidente. “O monotrilho foi uma solução para o pessoal aqui da região, só que agora, a partir desse momento, a gente ficou com um pouco de receio porque anteontem algumas coisas caíram lá de cima e, agora, essa colisão”, disse.

O representante do Sindicato dos Metroviários diz que o acidente de terça só não foi pior porque o maquinista acionou o botão de emergência e conseguiu reduzir a velocidade do trem que conduzia, mas afirma que o sistema de segurança não alertou o maquinista que havia outro trem na plataforma.

“Ele recebeu um comando para estacionar, mas no local já havia outro trem estacionado que o sistema não apontava. Quando ele se deu conta do problema, acionou o sistema de emergência”, contou Wagner Fajardo, coordenador do Sindicato dos Metroviários.

O Metrô abiu uma sindicância para apurar as causas da colisão, mas adianta que um dos trens fazia uma manobra enquanto outro estava parado na plataforma, e acrescenta que o meio de transporte é seguro.

“Primeiro, nós temos que identificar as causas e, depois, atuar sobre elas. Com certeza, para cada causa, dependendo do que for, terá um tratamento para que não volte mais a acontecer”, garantiu Silvani Pereira, presidente do Metrô.

Os dois trens passaram o dia no local onde ocorreu a batida porque o Metrô ainda estuda a remoção dos vagões. A parte amassada foi coberta com uma lona para proteger o sistema eletrônico. O Metrô informou que a Linha 15-Prata opera sem nenhum prejuízo aos passageiros.

Falhas

A Linha 15-Prata do Metrô é a primeira a operar em trilhos suspensos, o chamado monotrilho. As obras começaram em 2011 e as duas primeiras estações ficaram prontas em 2014, com dois anos de atraso.

Quatro outras estações foram inauguradas no ano passado e outras quatro seguem em obras, entre elas a estação Jardim Planalto, onde ocorreu o acidente.

A via começou a operar em horário integral há menos de três semanas e já está entre as vias que mais apresentaram problemas neste começo de ano. Com o acidente de ontem, já são 12 ocorrências nessa linha nos últimos 30 dias, uma falha a cada dois dias e meio.

A reportagem apurou que desde o dia 1º de janeiro foram:

14 falhas na Linha 3-Vermelha;

13 falhas na Linha 1-Azul;

12 falhas na Linha 15-Prata;

6 falhas na Linha 2-Verde;

4 falhas na Linha 5-Lilás;

1 falha na Linha 4-Amarela.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/01/31/tce-vai-fazer-auditoria-extraordinaria-nos-trens-do-monotrilho-que-bateram-na-zona-leste-de-sp.ghtml