O Dia da Amazônia, comemorado nesta sexta-feira (5), teve programação especial no Tribunal de Contas de Rondônia (TCE-RO), com destaque para a palestra intitulada “Amazônia Brasileira – Soberania Ameaçada”, proferida pelo conselheiro Benedito Antônio Alves, no auditório da sede da Corte de Contas, em Porto Velho.
Um grande público composto por autoridades civis e militares, comunidade acadêmica, membros e servidores do Tribunal, prestigiou o evento, que foi aberto pelo presidente do TCE, conselheiro José Euler Potyguara Pereira de Mello, o qual, em seu pronunciamento, lembrou da importância de se incentivar o sentimento preservacionista em relação à Floresta Amazônica.
“A base da vida no planeta é uma dádiva da Amazônia”, disse o conselheiro presidente, citando também a necessidade de se inibir ações criminosas que se cometem contra a floresta, a exemplo da biopirataria e da usurpação de plantas e animais da região. “Esses verdadeiros estupros ambientais precisam ser combatidos por todos nós”, acentuou.
Dando continuidade à programação pelo Dia da Amazônia, o conselheiro Benedito Alves ministrou palestra, idealizada a partir do livro lançado recentemente por ele sobre esse tema. Na apresentação, o membro do TCE enfocou não só aspectos históricos, geográficos, culturais e ambientais do bioma amazônico, mas também abordou, à luz da legislação, os motivos que levam à cobiça internacional pela região, enfatizando o interesse tanto de países estrangeiros, quanto de empresas e até mesmo organizações não governamentais.
SOBERANIA
Segundo o conselheiro Benedito Alves, o sentimento de que a Amazônia brasileira pertence ao povo brasileiro precisa ser reforçado, especialmente em um estado amazônico, como Rondônia. “Afinal é daqui que tiramos nosso sustento, criamos nossos filhos e, assim, servimos de fronteira viva para a soberania da pátria”, declarou, apresentando ainda uma riqueza de números e informações sobre a Amazônia, especialmente quanto à sua biodiversidade, bem como hidrografia.
Sobre o interesse internacional pela região, o palestrante, fundamentado em declarações de líderes mundiais e em ações realizadas ao longo da história em solo amazônico, lembrou os problemas e prejuízos que isso já trouxe ao Brasil, exemplificando com a pirataria de sementes de seringueira para o sudoeste asiático, fato que decretou o fim do ciclo da exploração de borracha no país.
Enfatizou também a soberania e a competência do país em poder conciliar os interesses econômicos e ambientais na exploração dos recursos disponíveis na Amazônia. Nesse sentido, o conselheiro Benedito Alves citou levantamento publicado na mídia nacional em que seria possível ao Brasil, explorando a floresta de forma sustentável, obter recursos na ordem de mais de 1,2 trilhão de dólares. “Recursos que poderiam, de fato, auxiliar o país a combater uma de suas maiores mazelas: a pobreza”.