O Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS) divulgou os resultados da pesquisa Escuta Cidadã, realizada entre 16 de outubro e 21 de novembro de 2025. A iniciativa objetiva ampliar a participação da sociedade nas ações de controle da administração pública. Por meio da consulta, a população pode ajudar a definir as áreas prioritárias a serem fiscalizadas pelo TCE gaúcho.
Os dados apontam os principais temas considerados prioritários pela população em cada área: acesso a consultas, cirurgias e exames especializados na saúde (82%); condições de infraestrutura das escolas (71%); estrutura e recursos humanos para atendimento da Lei Maria da Penha (80%); prevenção a enchentes e desastres ambientais (55%); e saúde das contas públicas, incluindo o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (45%).
A iniciativa faz parte de ações institucionais para fortalecer o diálogo com a sociedade e orientar as ações de fiscalização do Tribunal a partir das percepções e expectativas da população gaúcha. Segundo o ouvidor do TCE-RS, conselheiro Cezar Miola, houve um amplo esforço institucional para alcançar o maior público possível. “A pesquisa foi amplamente divulgada, com a utilização de diferentes estratégias e meios de comunicação: publicações no portal, em boletins internos e nas redes sociais do Tribunal, notícias em diversos veículos de comunicação, divulgação por parceiros institucionais, além do uso de banners e da distribuição de cartões com QR Code de acesso à pesquisa em locais de grande circulação, como a Rodoviária de Porto Alegre e em dez praças de pedágio em diversas regiões do Estado”, disse.
Para o diretor de Controle e Fiscalização do TCE-RS, Roberto Tadeu de Souza Júnior, a diversidade das estratégias foi fundamental para ampliar a representatividade da consulta. “Essa abordagem multimodal ampliou o alcance e a representatividade da amostra, permitindo captar percepções diversas e qualificadas da sociedade gaúcha.”
Perfil dos participantes
Os dados mostram forte participação de adultos em idade produtiva, com 36% dos respondentes entre 30 e 44 anos e 37% entre 45 e 59 anos. O nível de escolaridade também se destacou: 47% têm pós-graduação e 24% possuem ensino superior completo. Somados, os cidadãos com formação superior ou pós-graduada representam 71% do total, indicando elevado grau de engajamento em temas de fiscalização e controle.
Saiba mais:
Resultados por área
Saúde
– Acesso a consultas, cirurgias e exames especializados (82%)
– Acesso a medicamentos (45%)
– Existência e à atuação dos canais de ouvidoria, denúncias e pesquisas de satisfação do atendimento das unidades de saúde (26%)
– Vacinação infantil (20%)
– Atuação da vigilância epidemiológica (11%)
Educação
– Condições de infraestrutura das escolas (71%)
– Oferta de vagas em creches e pré-escolas (54%)
– Educação em tempo integral (36%)
– Ensino de história e cultura africana, afro-brasileira e indígena (17%)
Segurança Pública (Lei Maria da Penha)
– Estrutura e recursos humanos para atendimento (80%)
– Casas da Mulher Brasileira, centros de referência e núcleos de atendimento (46%)
– Previsão orçamentária para políticas para mulheres (36%)
Saneamento e Meio Ambiente
– Prevenção a enchentes e desastres ambientais (55%)
– Preservação ambiental (35%)
– Coleta e tratamento de esgoto (38%)
– Destinação de resíduos sólidos (34%)
– Abastecimento de água (24%)
Gestão Fiscal e Governança
– Saúde das contas públicas e cumprimento da LRF (45%)
– Regularidade das licitações e contratos (41%)
– Aplicação dos recursos em educação e saúde (41%)
– Transparência e acesso à informação (33%)
– Gastos com pessoal (20%)
– Ouvidorias públicas (7%)