“Sistema de integridade” e “planejamento e gestão” foram duas das temáticas apresentadas no último dia do 2º Laboratório de Boas Práticas dos Tribunais de Contas (LabTCs), realizado no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá (MT).
A organização do evento é da Atricon e do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), com apoio do Instituto Rui Barbosa (IRB), da Abracom e do CNPTC. No decorrer da programação, houve palestras e oficinas sobre 70 boas práticas desenvolvidas pelos órgãos de controle e catalogadas pelo projeto Marco de Medição de Desempenho dos Tribunais de Contas (MMD-TC).
Na manhã desta sexta-feira (23), foram apresentadas quatro boas práticas no Auditório das Árvores: “Implantação do Sistema de Integridade (TCE-AM)”; “Pesquisa de Macrotendências de Controle Externo (TCE-MG)”; “Solicitação Interna Eletrônica – SIE”; e “Kanban (TCE-RJ)”.
A mediação foi feita pelo conselheiro Rodrigo Coelho do Carmo (TCE-RS), que parabenizou as iniciativas inovadoras de gestão. “O sistema de integridade permite colocar cada coisa em seu lugar. Temos interesses legítimos que podem ser conflitantes e precisamos tratá-los com transparência. Não adianta os Tribunais serem exemplo se não conseguirem compartilhar suas experiências”, avaliou.
TCE-AM – Implantação do Sistema de Integridade
Desenvolvido pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), o Sistema de Integridade foi apresentado pelo auditor técnico de controle externo Marcos Malcher Santos, que diferenciou compliance do sistema. “O compliance evita a não conformidade. O sistema de integridade fomenta as praticas corretas para melhor desenvolver as atividades dentro do Tribunal”, comparou.
A implantação do sistema começou com o mapeamento e coleta de dados, análise de maturidade e matriz de riscos. Após os três primeiros passos, foi possível fazer o desenvolvimento de normativos, canal de denúncia, contratos de gestão e termos de adesão, comunicação, capacitação e treinamento. Foram mapeados 47 riscos e criados 142 planos de ação.
TCE-MG – Pesquisa de Macrotendências de Controle Externo
A auditora de controle externo do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) Heloísa Helena Nascimento Rocha apresentou a pesquisa sobre macrotendências de controle externo, com o objetivo de realizar estudo das diretrizes e subsidiar a elaboração do plano estratégico de 2021-2026 do TCE-MG. Ao todo, três pesquisas subsidiaram o planejamento estratégico do Tribunal, realizadas em 2010, 2014 e 2020. “Foi feito o levantamento, leitura, discussão de material como cartas, declarações, normas, planos estratégicos, estudos, artigos, pesquisas e MMD, além da identificação e discussão das ideias centrais e das macrotendências. Foram identificadas 12 macrotendências na última pesquisa”, comentou.
As macrotendências não foram teóricas, pois diversas praticas foram sugeridas e constam no levantamento realizado pela equipe. Entre os resultados alcançados, estão a definição de diretrizes estratégicas que se transformaram em eixos para o mapa estratégico de 2021-2026.
TCE-RJ – Solicitação Interna Eletrônica – SIE e Kanban
O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) apresentou duas boas práticas: Solicitação Interna Eletrônica – SIE e Kanban. O arquiteto de sistemas e soluções e gerente do projeto, Diego da Cunha Rangel, conduziu as apresentações. O objetivo do SIE era acabar com memorandos físicos e acelerar a comunicação oficial entre os órgãos do tribunal. A partir de 2018, o trabalho foi realizado quando ainda tiveram mil memorandos físicos que tramitavam no órgão e foram zerados no mesmo ano.
“Em 2019, tivemos mais de 1,7 mil SIE, subiu para 14 mil e no ano passado tivemos 18 mil. Quase dois milhões de papéis foram economizados, contribuição com o meio ambiente em três anos e 24,8 mil árvores que deixaram de ser cortadas por conta dessa ferramenta”, comentou.
Já o Kanban foi criado para melhorar a produtividade do Tribunal, distribuir as tarefas de forma equânime, organizar os fluxos de produção e elevar a capacidade de gerenciamento das prioridades. Começou a ser implantado em 2021 e, em outubro de 2022, 90 órgãos já haviam aderido ao sistema.
“Se baseia em metodologias ágeis, é uma ferramenta de gestão, com custo zero e um ano para implantação, e atende qualquer tipo de contexto, não só de tecnologia. Você tem uma visão de acessos que se adequem a qualquer estrutura organizacional, cada equipe pode montar a sua da forma que fizer mais sentido. Posso trocar o órgão desejado e o time, tem apresentação de relatório com monitoramento, relatório de metas, relatório detalhado, de sprint, trimestral e sintético”, disse ao contar que existe integração entre o SIE e Kanban, que recebeu 62 mil tarefas somente em 2022.
Veja mais fotos das apresentações da manhã deste terceiro dia de evento no Auditório das Árvores.
Foto: Tony Ribeiro