Criado pela Lei Municipal 7.213, de 20 de novembro de 1968, o Tribunal de Contas do Município consolida uma trajetória de 47 anos de serviços prestados à cidade de São Paulo. Da ata manuscrita que registrou a primeira reunião do colegiado no órgão recém-criado aos preparativos para instauração de processos eletrônicos trazidos pela era digital, muitos avanços podem ser citados. Porém, segundo o presidente Roberto Braguim, o destaque especial nesta data vai para a participação dos servidores nessa trajetória vitoriosa. O lado humano da instituição. Pessoas cuja história de vida se confunde com a do próprio Tribunal.
São colaboradores que atuam nas mais diversas áreas. Muitas vezes de forma anônima, mas nunca menos importante. Esforços somados que transformaram a realidade deste Tribunal, elevando-o à condição de paradigma para os demais tribunais de contas e exemplo para toda a administração pública do Brasil.
Quando o assunto é tempo de casa, o veterano Claudio Gonçalves é um dos primeiros a ser lembrado. Não sem motivos. Dedicou nada menos do que 38 anos de sua vida ao TCM. Auxiliar Técnico de Fiscalização, ainda esbanja entusiasmo quando o assunto refere-se ao controle dos bens patrimoniais do Tribunal, função que exerce há aproximadamente 25 anos na Supervisão de Registro Contábil. Perguntado sobre o significado do TCM em sua história de vida, não precisou de muita reflexão para avaliar.
“Considerando o tempo de casa, o Tribunal representa para mim muito mais do que simples local de trabalho. Os ensinamentos acumulados nesses 38 anos de serviços prestados vão muito além do conhecimento profissional. Falo do crescimento no campo pessoal, adquirido em todo esse tempo de aprendizado. Riqueza que levarei comigo pelo resto da vida. Com toda certeza, vou sentir muitas saudades de tudo isso”, prevê Claudio que está muito próximo da merecida aposentadoria.
Falando em aposentadoria, outro servidor que está se aproximando dessa fase e já fala em sentir saudades do ambiente profissional quando chegar o momento é o agente de fiscalização Marcos Tadeu, titular da Coordenadoria VI, unidade vinculada à Subsecretaria de Fiscalização e Controle. Unanimidade entre os colegas nos quesitos simpatia, afinidade, amizade, ou seja, nos sinônimos que simbolizam afeto pelas pessoas, ele diz ainda se recordar do susto que levou ao se deparar, pela primeira vez, com o edifício sede do Tribunal. Fato que confessa ter ocorrido somente no dia de sua posse. Lembrança que, embora nítida, completou 30 anos.
Emocionado ao se lembrar dos colegas que se foram e da distância que, em breve, vai separá-lo dos demais, Marcos Tadeu concluiu que o saldo dos momentos vividos no Tribunal é amplamente positivo. “Situações difíceis ocorrem em todo lugar. Mas, prevaleceram os bons momentos. Às vezes, paro em determinado local do prédio e fico recordando, quantas situações, pessoas, meu filho mais velho tinha apenas dois aninhos quando entrei aqui, em 1986. Hoje, tenho dois advogados em casa. É muito tempo. Gostaria de agradecer, de coração, ao TCM e a cada pessoa com a qual tive a oportunidade de compartilhar o tempo de trabalho, o plano de vida e a missão”, encerrou Marcos Tadeu com o sorriso de sempre.
A visão positiva em relação ao tempo vivido no Tribunal também é partilhada pela servidora Maria Aparecida Carmem de Oliveira, a Cida, como é conhecida por todos. Só na Telefonia, onde trabalha atualmente, soma 10 anos de atividades. Ela ingressou no TCM aprovada no concurso de 1996 para o cargo de Auxiliar de Apoio à Fiscalização. E para comprovar que realmente sentiu grande felicidade com a conquista de uma vaga no Tribunal, destaca um fato ocorrido à época. Sua exoneração na Prefeitura de São Paulo saiu na manhã do dia 5 de fevereiro de 1996. Segundo ela, a ansiedade era tão grande que, em tempo recorde, ou seja, na tarde do mesmo dia tomava posse no cargo e entrava em exercício no Tribunal. História de quase 20 anos atrás.
Em relação à importância do órgão em sua vida, afirmou: “apesar da grande distância que percorro diariamente, pois moro no bairro do Tucuruvi, nesses quase 20 anos colhi somente bons frutos. Eu e meus familiares sentimos profunda gratidão pelo Tribunal. Jamais esquecerei que o TCM ofereceu ao meu filho, hoje com 18 anos de idade, o melhor ensino de pré-escola. Fato ainda lembrado por ele, que diz sentir imensa saudade da nossa Creche. Sempre digo para as colegas de trabalho: amo demais tudo isto aqui. Agradeço muito a Deus e ao Tribunal por tantas coisas boas alcançadas em minha vida”, concluiu a servidora.
Outra funcionária que destacou o aprendizado como um dos pontos importantes da sua trajetória no TCM foi a supervisora da Unidade Técnica de Pauta e Juízo Singular, Blanka Olga Mendes. Não por acaso. Ela foi professora de Língua Portuguesa da rede pública de ensino municipal e também de escolas particulares. Agente de Fiscalização, na modalidade Escrivão de Ata, também se aproximando dos 20 anos de casa, é conhecida não apenas pelo grande comprometimento profissional que sempre dedicou ao Tribunal, mas também por distribuir cumprimentos e sorrisos a todos, por onde quer que passe.
“Este Tribunal representou uma ramificação na trajetória de minha vida, pois eu era professora. Mudou a minha visão e o meu enfoque do mundo, propiciando-me a oportunidade de vivenciar novos desafios, de um diferente aprendizado, de entrar em contato com uma realidade diversa, o que, certamente, enriquece a minha vida pessoal e profissional”, salientou Blanka com a simpatia costumeira.
E para comprovar a tese de que no TCM os servidores realmente devotam a vida pessoal ao trabalho, vamos citar um entre os casos cuja relação afetiva se iniciou durante o convívio proporcionado pela atuação profissional no Tribunal. É o caso da colega Heelen Maia Fernandes. Para facilitar a identificação, basta citar que se trata da Heelen da Unidade de Pessoal. Agora ficou fácil, pois ela está lotada no Pessoal há 21 anos. Isso mesmo, ela trabalha no setor desde o seu ingresso no TCM. Mas, é outro ponto da sua trajetória que gostaríamos de destacar.
Foi durante o expediente que conheceu o seu marido, Heli da Silva, que está no TCM há 28 anos e hoje trabalha na Escola de Contas. Não é difícil imaginar o que a Heelen respondeu ao ser questionada sobre a importância do Tribunal para ela. “Além do conhecimento profissional na área de Recursos Humanos e das amizades inesquecíveis que fiz aqui, falar do que o Tribunal representa em minha vida não faria sentido se eu não citasse a melhor parte, a minha família, que iniciei aqui dentro. Um colega virou marido e pai dos meus dois filhos”, salientou a servidora que se transformou em esposa e mãe graças ao encontro ocorrido no Tribunal. Contando o caso da Heelen homenageamos várias outras famílias que se formaram em razão da atuação profissional do casal no TCM.
E para celebrar a data de aniversário do TCM, com merecida homenagem aos seus servidores, a Convida vai oferecer um almoço especial, na quinta-feira (19/11), com apresentação musical ao vivo durante a refeição.
Cláudio Gonçalves sobre os seus 38 anos de TCM: “… muito mais do que simples local de trabalho”
Marcos Tadeu, unanimidade entre os colegas nos quesitos simpatia e amizade
Cida, do serviço de Telefonia, e seu filho recordam com saudades da Creche do Tribunal
A ex-professora de Língua Portuguesa e agente de fiscalização, Blanka Olga, destacou
que o ingresso no TCM representou novo desafio em sua vida
Heelen da Unidade de Pessoal falou sobre a família que formou com o colega e marido, Heli da Silva