Analista do TCE-GO propõe app para análise de orçamentos de obras

Sistema pode detectar indícios de irregularidades e automatizar análise de um orçamento

Um aplicativo experimental, denominado Carcará, criado pelo analista de Controle Externo Sérvio Túlio Teixeira e Silva, do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, promete automatizar parte da análise de um orçamento de obras públicas em busca de indícios de irregularidades. O projeto, apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da pós-graduação em Controle Externo e Auditoria de Obras Públicas promovida pelo Instituto Leopoldo de Bulhões do TCE-GO em parceria com o IDP, foi premiado na semana passada com o terceiro lugar do Prêmio Ministro Gama Filho, da Escola de Contas e Gestão do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. A apresentação da solução e recebimento do prêmio será no mês de dezembro, na capital carioca.

“A ideia é que, integrando com as bases de dados dos jurisdicionados, a ferramenta possibilite analisar os orçamentos automaticamente, possibilitando um filtro prévio para mostrar possíveis irregularidades”, explica Sérvio Túlio, que é gerente de Controle de Atos de Pessoal no TCE-GO. Ele acrescenta que, caso seja adotado, o modelo pode automatizar algumas das tarefas que os auditores fazem ao analisar um orçamento.

Construído dentro da plataforma Qlik Sense, já utilizada pelo TCE-GO, portanto sem necessidade de mais investimentos, o Carcará propõe conceber um modelo de negócio capaz de integrar com uma base de dados de orçamentos de obras públicas e ter como resultado parte da análise para verificar inconsistências. “A solução recebe como input um orçamento de obra e retorna análises prontas”, disse.

O nome escolhido, Carcará, é em referência a uma das aves de rapina mais comuns no Brasil, encontrado em campos, pastagens, praias e até nos centros urbanos. Como se trata de uma ave de caça, o autor fez a correlação com a “caça a irregularidades”.

PRÊMIO

A edição 2019 do Prêmio Ministro Gama Filho teve como tema as tecnologias emergentes e o controle do Estado. Tecnologias como o blockchain, o fenômeno do big data, o uso da inteligência artificial e machine learning sugerem que sua adoção nas estruturas de controle governamental, aí incluídos órgãos de controle interno e externo, podem trazer benefícios, como a redução de custos e o aumento da eficiência.

Ao todo foram apresentados 14 projetos. Além do representante do TCE-GO, foram premiados o auditor federal de Finanças e Controle na Controladoria Geral da União Eduardo Soares de Paiva (1º lugar), com uma proposta para portais de transparência pública; e Fábio Correa Xavier e Andressa Carvalho da Silva, do TCE-SP, com uma plataforma gráfica utilizando linguagem simplificada para estimular o controle social.

Diretoria de Comunicação Social (TCE-GO)