Delegação do Tribunal de Contas de Angola conhece o trabalho do TCE-BA

O presidente do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA), conselheiro Marcus Presidio, recebeu, na tarde de quarta-feira (21.02), a visita de cortesia de sete integrantes da delegação do Tribunal de Contas de Angola, liderada pelo juiz-presidente daquela Corte de Contas, conselheiro Sebastião Gunza. O encontro faz parte das ações do Termo de Acordo e Cooperação Técnica entre o TCE/BA, o Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia (TCM/BA) e o Tribunal angolano, assinado pelos seus respectivos dirigentes durante o III Congresso Internacional dos Tribunais de Contas, realizado de 28 de novembro a 1° de dezembro, em Fortaleza/CE. A visita contou ainda com as presenças do presidente do TCM/BA, Francisco de Andrade Netto, do conselheiro Plínio Carneiro Filho e do visita presidente TC Angola presente tce baconselheiro Inaldo da Paixão Santos Araújo.

O Termo de Cooperação visa, entre outros propósitos, à modernização dos sistemas de controle externo e de fiscalização, por meio de ações contínuas de cooperação técnica voltadas para o desenvolvimento institucional e para o aperfeiçoamento técnico, científico e cultural dos recursos humanos dos Tribunais signatários. Na oportunidade, o juiz-presidente Sebastião Gunza falou sobre a importância do intercâmbio de conhecimentos e tecnologia entre os dois Tribunais. “O Tribunal de Contas de Angola, o Tribunal de Contas da Bahia e o Tribunal de Contas dos Municípios assinaram o Acordo de Cooperação que tem várias facetas. Neste acordo há várias ações que precisamos implementar. Essas visitas são importantes para balancear o estado desse acordo de cooperação. É uma curta visita, de apenas três dias, na qual vamos conhecer na prática como o Tribunal de Contas do Estado da Bahia e dos Municípios funcionam”, disse Sebastião Gunza.

visita presidente TC Angola presente angolaNa avaliação do presidente Marcus Presidio, o termo de cooperação se concretiza com esta primeira visita da delegação angolana ao TCE/BA, que certamente trará bons resultados para o fortalecimento do controle em ambos os Tribunais. “O nosso Tribunal está aberto a colaborar no que for necessário com o Tribunal de Contas de Angola. Porque o nosso papel também é trocar experiências e seguir os modelos que estão dando certo no aperfeiçoamento do controle. Recebemos todos vocês de braços abertos para cumprir essa missão”, enfatizou Marcus Presidio.

visita presidente TC Angola memorabilia tce baO conselheiro-presidente presenteou a delegação do TC de Angola com um kit contendo os seguintes livros, de autoria do escritor Ildásio Tavares: “Nossos Colonizadores Africanos”, “Xangô”, Candomblés na Bahia” e “Lídia de Oxum e o Barão de Santo Amaro”; além de “A Cidade da Bahia”, de autoria do publicitário Nelson Varón Cadena, e “TCM/BA – Meio século orientando e fiscalizando os recursos públicos”, de autoria do historiador Francisco Sena. Em retribuição o juiz-presidente Sebastião Gunza ofertou ao presidente Marcus Presidio uma escultura em madeira, simbolicamente denominada “O Pensador”.

Participaram também da reunião a juíza-conselheira Arlete Maria Bolonhês da Conceição, o diretor de serviços técnicos, Carlos Luís Miguel Antônio, a assistente de cooperação e intercâmbio, Helena Maria Antunus; a técnica administrativa Edna Noêmia Mota Lumbo; o agente Nelson Agostinho Pedro e o assessor de comunicação Filipe Lucas.


HISTÓRIA DO BRASIL E DE ANGOLA

Em meio a um bate-papo muito descontraído, a visita abriu espaço especial para que a geopolítica dos dois países fosse abordada em seus contextos históricos. Sebastião Gunza e o historiador Francisco Senna (TCM/BA) discorreram sobre temas transversais da formação do Brasil e de Angola. Cada um traçou a perspectiva vivenciada por seu povo, então sob o jugo da coroa portuguesa, abordando assuntos relativos à colonização, à escravatura e à guerra. O professor Francisco Sena finalizou com uma mensagem de resistência e união entre os dois países lusófonos. “A cultura da África está no Brasil e, principalmente, na Bahia. Temos uma população de 82% de afrodescendentes e isso está muito ligado à história da nossa cultura. Angola está na Bahia e a Bahia está lá em Angola, com o mesmo oceano, o mesmo clima tropical, a mesma vegetação, o mesmo povo alegre. Somos países irmãos e temos agora o prazer que nossos tribunais trabalhem juntos. Sejam muito bem-vindos”, disse Francisco Senna.

A delegação do Tribunal de Contas de Angola conheceu ainda as instalações do TCE/BA, percorrendo o Plenário, a área de tecnologia do Tribunal (Cedasc), a Escola de Contas e a Biblioteca Adhemar Bento Gomes. O conselheiro Inaldo Araújo conduziu os integrantes da comitiva pelo saguão da ECPL, onde apreciaram a memoriabília do Tribunal, com diversos objetos históricos e alusivos às comemorações pelos 100 anos da Corte de Contas. Em seguida, foi a vez de o diretor da ECPL mostrar aos visitantes o acervo de livros do TCE/BA e enaltecer o grande trabalho desenvolvido pela biblioteca. O conselheiro finalizou a visita, levando os visitantes para conhecer o seu gabinete, onde entregou-lhes kits de materiais institucionais do TCE/BA e presenteou o juiz-presidente Sebastião Gunza com uma estatueta, em barro, de São Jorge.

“Ao receber a delegação do Tribunal de Contas de Angola, o TCE/BA segue o slogan da Intosai, que preconiza a experiência mútua a serviço de todos. No momento em que o presidente Sebastião Gunza traz a sua equipe para conhecer o nosso Tribunal, temos de mostrar a todos que a essência desta casa são os nossos servidores. Trocar experiências é sempre muito bom, ainda mais com um país irmão do Brasil”, disse o conselheiro Inaldo Araújo.