Gestão da Comunicação Pública foi o tema do primeiro painel de discussões do Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas, que teve início nesta quinta-feira (04). O painel foi comandado pelos profissionais da área Jorge Duarte, Giselly Siqueira e Aline Castro, e mediado pelo diretor geral da Fundação Carmélia de Cultura e Comunicação Pública, Igor Pontini.
Durante o painel, os especialistas abordaram as estratégias para fazer uma comunicação pública de qualidade, além de como gerir crises nas instituições e coordenar atividades e equipes de comunicação.
Ao abrir o painel, Igor Pontini destacou o compromisso das instituições públicas de comunicação capixabas com a informação de qualidade a ser levada para a população.
“Estamos na etapa final da reestruturação das emissoras públicas capixabas, um importante processo para podermos modernizar a gestão e alcançar ainda mais capixabas com nossa comunicação de qualidade. Saíremos de um número de 40% da população alcançada pelo nosso sinal, para 76%, o que traduz o nosso compromisso com a informação para os capixabas”, pontuou.
Mestre e doutor em Comunicação Social e analista da Embrapa, Jorge Duarte destacou a importância de defender diariamente a aplicação das boas práticas de comunicação para alcançar a comunicação estratégica e a estratégia de comunicação.
“O maior problema das instituições é a comunicação: as pessoas conversarem e entenderem o que cada um está fazendo – governos governam mas se a comunicação é ruim, a população não fica ciente do que está acontecendo. Quando a comunicação é ruim, é como se nada estivesse sendo feito. Citando Caetano Veloso: a ideia da comunicação é organizar o carnaval”, comentou.
Secretária de Comunicação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Giselly Siqueira falou sobre a gestão de crise nas instituições públicas no mesmo painel.
“Numa crise, a instituição tem que saber falar com cada público. Por isso, é importante que a área da comunicação esteja envolvida em todos processos institucionais, desde um planejamento, uma preparação prévia, até o enfrentamento da crise por meio de uma mensagem clara e consistente”, afirmou.
Durante a palestra, Giselly explanou sobre dois estudos de caso referentes à justiça eleitoral, local em que trabalhou nos últimos anos, a fim de apresentar exemplos efetivos de como enfrentar estrategicamente crises nas instituições.
“Em casos desafiadores é necessário criar estratégias para manter a população informada em relação ao tema, articulando as informações entre os atores envolvidos e atuando com agilidade, de maneira a minimizar qualquer impacto ruim que possa vir a acontecer. A maneira que uma instituição sai de uma crise depende de como ela enfrenta o momento enquanto ele está acontecendo”, destacou.
Especialista em Gestão Pública no Poder Judiciário e criadora do podcast Comunicação Pública: Guia de Sobrevivência, Aline Castro concluiu o painel apresentando a coordenação de atividades e equipes de comunicação.
Ela iniciou ressaltando que os projetos e campanhas de comunicação de sucesso são resultado de planejamento, execução e trabalho em equipe. “O ritmo desenfreado de produção na comunicação nem sempre alcança resultados expressivos em alcançar o público-alvo. É necessário se esforçar para garantir uma comunicação expressiva e significativa para a população”, explicou.
Em seguida, Aline comentou a importância de definir estratégias e um plano de comunicação adequado para atingir cada público consistentemente em todas as esferas da comunicação, como a partir das políticas de comunicação bem definidas, os mapas de canais, manuais de redação, entre outros recursos que padronizam e efetivam o papel do comunicador.
“A comunicação não é uma tarefa mecânica, mas sim uma tarefa orgânica que envolve pessoas. Ela precisa de alma, envolvimento e entrega para captar as pessoas. Para isso, o nosso trabalho deve ser além das expectativas e em parceria com nossas equipes”, diz.
Por fim, a especialista concluiu a palestra afirmando que a consciência é o último ponto importante para conectar a comunicação com a essência da instituição, o que requer uma boa dose de conexão com a boa gestão, tanto de pessoas, quanto de estratégias.
II CNCTC
Mais de 400 profissionais estão em Vitória, nestes dias 4 e 5 de julho, para o II Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas. A edição deste ano tem como tema central o “Papel da Comunicação Pública na Defesa da Democracia”. São 12 atividades, entre paineis, palestras e oficinas, que abordam assuntos da atualidade mais importantes para uma comunicação eficiente.
O II CNCTC é uma realização do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Instituto Rui Barbosa (IRB), Associação Brasileira dos Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom), Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC) e Associação Nacional dos Ministros e Conselheiros Substitutos dos Tribunais de Contas (Audicon).
O evento tem o patrocínio de Banestes, Banrisul, Tribunais de Contas do Estado do Amapá, de Goiás e do Amazonas. Além disso, há apoio do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do Programa de Combate à Desinformação, do Governo do Estado do Espírito Santo, da Prefeitura de Vitória, da Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTV), da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), da Asociación de Entidades Oficiales de Control Público del Mercosur (ASUR), da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABC Pública), da TVE-ES, da Assembleia Legislativa do Espírito Santo e dos Tribunais de Contas do Estado de Mato Grosso e Santa Catarina.
Confira mais imagens do primeiro dia do CNCTC
Fonte: TCE-ES