II CNCTC: conferência magna: “Desafios e oportunidades da transformação digital para a democracia”

Usar a comunicação digital para fortalecer a integridade da informação: esse foi o foco da conferência magna do segundo dia do II Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas (II CNCTC), ministrada pelo secretário nacional de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da presidência da República, João Brant.

Nomeada “Transformação digital e democracia”, a apresentação de Brant abordou os desafios e oportunidades para a comunicação pública e para a sociedade em geral. Na ocasião, o secretário buscou conduzir os congressistas para um afastamento das questões imediatas do cotidiano de trabalho na comunicação, provocando reflexões sobre a profissão e a sociedade na totalidade. 

Brant iniciou sua fala destacando que o nível de envolvimento que temos com as redes sociais, atualmente, é preocupante, sendo necessário superarmos o lado ruim que elas causam, trabalhando para fortalecer as oportunidades que elas nos oferecem.

“Opiniões podem ter várias, mas fatos devem compartilhar da mesma visão, se não, causaremos uma fragmentação na tomada de decisões de toda a sociedade. Quando uma sociedade viciada em tela recebe a todo momento informações variadas e de diferentes vieses, essa situação causa instabilidade política e econômica, levando a extremismo e violência, afetando a coesão social”, disse. 

Nesse sentido, Brant citou algumas estratégias necessárias para garantir a integridade da informação e do jornalismo na atualidade, como promover educação midiática para os cidadãos; estimular a diversidade de comunicação; e realizar pesquisas para o desenvolvimento da linguagem simples em relação ao trabalho das instituições públicas. 

O secretário também ressaltou que as plataformas digitais devem garantir que o ambiente em que elas atuam esteja de acordo com as regulamentações e leis nacionais, por isso, reforçou a importância do avanço de um texto que regulamente as plataformas. 

“É preciso rever a responsabilidade das plataformas sobre os conteúdos de terceiros, atualmente, elas não têm nenhuma. Na minha opinião, os conteúdos patrocinados devem ser melhor avaliados. O crescimento das fraudes a partir de anúncios falsos só vem aumentando, e isso deve ser combatido: as plataformas devem ter obrigações e precisam ser monitoradas por isso”, opinou. 

Inteligência Artificial

Por fim, Brant também abordou as estratégias abrangentes que estão sendo discutidas pelo Governo Federal para lidar com temas relacionados à Inteligência Artificial.

“Estamos construindo uma regulação para as IAs, de maneira a garantir que as fontes usadas e resultados produzidos por essas ferramentas sejam confiáveis. Além disso, é preciso levar em consideração o risco que a comunicação feita por IA têm para a democracia se não utilizada com responsabilidade. Por fim, também está em ponto a situação da sustentabilidade dos produtores de conteúdo, de maneira a não permitir que as novas tecnologias tomem conta de tudo que é produzido nas redes”, destacou. 

Ao final de sua apresentação, o palestrante abriu espaço para responder aos questionamentos do público.

II CNCTC

Mais de 400 profissionais estão em Vitória, nestes dias 4 e 5 de julho, para o II Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas. A edição deste ano tem como tema central o “Papel da Comunicação Pública na Defesa da Democracia”. São 12 atividades, entre paineis, palestras e oficinas, que abordam assuntos da atualidade mais importantes para uma comunicação eficiente.

O II CNCTC é uma realização do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Instituto Rui Barbosa (IRB), Associação Brasileira dos Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom), Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC) e Associação Nacional dos Ministros e Conselheiros Substitutos dos Tribunais de Contas (Audicon).

O evento tem o patrocínio de Banestes, Banrisul, Tribunais de Contas do Estado do Amapá, de Goiás e do Amazonas. Além disso, há apoio do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do Programa de Combate à Desinformação, do Governo do Estado do Espírito Santo, da Prefeitura de Vitória, da Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTV), da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), da Asociación de Entidades Oficiales de Control Público del Mercosur (ASUR), da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABC Pública), da TVE-ES, da Assembleia Legislativa do Espírito Santo e dos Tribunais de Contas do Estado de Mato Grosso e Santa Catarina.

Fonte: TCE-ES