Inovação, tecnologia, modernização e transformação foram as palavras-chave disseminadas na oficina “A Inteligência Artificial Generativa (IAG) e as Metodologias Ativas de Ensino e Cenário da Educação Profissional”, na manhã desta quinta-feira (30), durante o III Congresso Internacional dos Tribunais de Contas (III CITC). A palestra faz parte da programação do encontro, como uma ação do Comitê Técnico de Aperfeiçoamento Profissional do Instituto Rui Barbosa (IRB).
O debate sobre educação e tecnologia foi mediado pela conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) Lilian Martins e conduzido pelos professores doutores da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP) Ana Carla Bliacheriene e Luciano Vieira. Eles fizeram uma homenagem ao conselheiro do TCE-SE Carlos Pinna, “um entusiasta da educação inovadora, transformadora, que contribui para bons resultados na sociedade”, definiram os ministrantes.
A professora Ana Carla ressaltou a automatização da IA, que “precisa da elaboração de algoritmos treinados de acordo com a realidade da instituição que vai aplicar a ferramenta”. No âmbito da educação, o recurso é caracterizado pela professora como “primordial para o acesso, por exemplo, de pessoas com deficiência visual, que recebem essas informações da maneira mais pertinente para a sua realidade. A personalização é uma das principais vantagens da inteligência artificial”, assegurou.
A adequação para realidades também pode ser aplicada, segundo os ministrantes, nas estruturas da educação infantil e para adultos. “Existem usos distintos da inteligência artificial exclusivos para a educação infantil, pela necessidade de empregar preceitos éticos mais específicos, e outra para a formação de jovens e adultos. Esse é um princípio que precisa ser seguido”, garantiu Bliacheriene.
A partir da apresentação de uma imagem gerada pela IA, o professor Luciano levantou questionamentos sobre as oportunidades que surgem no processo educativo, “em uma máquina que cria essa imagem em segundos e o uso disso a favor da formação de pessoas. Temos a possibilidade de entregar o conteúdo no formato que o aluno entenda, e isso é resultado da utilização da linguagem simples, que ganha um impacto significativo nesse cenário”, afirmou.
Ana Carla e Luciano, em sua apresentação, conceituaram Metodologia Ativa de Ensino como “a abordagem educacional que coloca o estudante no centro do processo de aprendizagem. Diferente da metodologia tradicional, ela visa não apenas transmitir informações, mas também desenvolver habilidades cognitivas, habilidades de resolução de problemas e a capacidade de aplicar o conhecimento em situações do mundo real”, sinalizaram.
O impacto do uso da IA nos três Poderes foi debatido, ainda, durante a oficina. A exemplo das vantagens possíveis no âmbito do legislativo, os professores doutores sinalizaram a análise de legislação, engajamento com cidadão, automatização de tarefas administrativas, transparência com rastreamento do processo legislativo e monitoramento de impacto das leis de políticas públicas em tempo real.
O Congresso
O III Congresso Internacional dos Tribunais de Contas (CITC) ocorre entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. Serão quatro dias de programação, 57 atividades, 102 palestrantes e 1,5 mil inscritos.
Acompanhe a cobertura completa e apresentações dos painelistas no site da Atricon. As fotos estarão disponíveis no Flickr. A programação pode ser acessada diretamente no site do Congresso e contará com palestras, encontros técnicos, reuniões e outras atividades, como oficinas e capacitação.
O evento é promovido pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas (Atricon) em conjunto com o Instituto Rui Barbosa (IRB), o Tribunal de Contas do Estado do Ceará, Associação Brasileira dos Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom), Associação Nacional dos Ministros e Conselheiros Substitutos dos Tribunais de Contas (Audicon) e Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC), com o patrocínio do Sebrae, da Água Mineral Natural Indaiá, do Banco do Nordeste e do Governo Federal.
O apoio é da Associação Nacional do Ministério Público de Contas (AMPCON), do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Contas (CNPGC), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Instituto Dragão do Mar, das Secretarias da Cultura e do Turismo do Estado do Ceará e do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso (TCE-MT).
Texto: Michele Mesquita
Edição: Vinicius Appel
Foto: Tony Ribeiro