Francisco Netto
Alcançado pelo limite de idade para permanência no serviço público ativo, o conselheiro Antônio Honorato de Castro Neto despede-se do Tribunal de Contas do Estado – TCE/BA, onde exerceu, por duas décadas e meia, com reconhecida competência e discrição, a magistratura de contas.
O conselheiro Antônio Honorato é, certamente, um homem público exemplar, um amigo e companheiro estimado por todos, pelo seu trato ameno, discreto e acolhedor no relacionamento com seus pares, servidores e com todas as pessoas que o procuram. Soma-se a isso sua grande capacidade de liderança, que marca sua atuação no cotidiano daquela Corte de Contas.
Originário de uma família com tradição política e de bons serviços prestados ao nosso Estado – os Viana de Castro, da velha Casa Nova, às margens do Rio São Francisco –, destaca-se o governador Luiz Viana Filho, um dos três baianos a ocupar o Ministério da Justiça em momentos de crise – o primeiro foi Rui Barbosa e, o mais recente, Wellington Lima e Silva. Antônio Honorato, graduado em Ciências Contábeis, ingressou na vida pública muito cedo, aos 33 anos, elegendo-se deputado estadual em 1983, sendo reeleito em sucessivos mandatos até 2000, quando foi nomeado conselheiro do TCE/BA, por decreto de 4 de outubro, pelo então governador César Borges.
Na Assembleia Legislativa, participou da Constituinte baiana e integrou importantes comissões permanentes, dentre as quais: Constituição e Justiça; Finanças e Orçamento; Divisão Territorial; e Agricultura e Política Rural, assim como inúmeras comissões especiais, tendo sido, também, presidente da Casa. Ainda no Legislativo, foi contemporâneo do inesquecível deputado Luís Eduardo Magalhães, com quem manteve forte alinhamento político e uma fraternal amizade, ainda hoje reverenciada.
No Tribunal de Contas do Estado, integrou, por diversos biênios, a mesa diretora do colegiado, exercendo os cargos de presidente, vice-presidente, corregedor, membro da 1ª Câmara, diretor da Escola de Contas e, atualmente, o de vice-presidente do Tribunal.
No exercício da magistratura de contas, destacou-se como relator das Contas de Governo, em diversas oportunidades, e pela clareza e objetividade com que proferia seus votos e participava dos debates, sempre pautado pela ética, espírito público, humildade e discrição.
Em nosso TCM/BA, sempre tivemos em Antônio Honorato um amigo próximo e um parceiro solidário no esforço comum de modernização dos nossos tribunais, para melhor servir à sociedade em sua missão constitucional de órgãos de controle externo.
Por tudo isso, o conselheiro Antônio Honorato é digno do nosso respeito e admiração, e será, por certo, o amigo e o conselheiro sempre lembrado pela correção do seu caráter.
Francisco Netto é presidente do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia
*Artigo publicado no jornal A Tarde