TCE-SE promove debate sobre o combate à violência contra a mulher

O Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE), em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), da OAB/SE, promoveu debate sobre o combate à violência contra a mulher, junto à exibição do filme espanhol “Dou-te meus olhos”, nesta sexta-feira, 28. O evento fez parte da campanha internacional “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”.

O debate iniciou-se com a apresentação de ideias por parte da presidente da CDDM, a advogada Adélia Moreira Pessoa. Ela afirmou que a violência contra a mulher é resultado de imposições culturais. “Todos os padrões culturais que nos são passados assinala o homem como fonte de poder, como sendo superior em todos os aspectos. A nossa educação é voltada para isso.A mídia, por exemplo, é um instrumento que contribui para a manutenção desse padrão sexista”, explicou.

A advogada Valdilene de Oliveira, que também faz parte da comissão como 1ª secretária, salientou a criação das crianças como agente de transformação. “O sexismo é intrínseco nas nossas vidas, infelizmente, e a gente acaba por reproduzir automaticamente os padrões. Temos que educar os nossos filhos na igualdade se queremos seres humanos que se respeitem. Isso vem desde o brinquedo que se oferece ao menino e à menina. Meninos não podem ser pais um dia? Então porque não podem brincar de boneca? Por que eles têm que vigiar as irmãs e, ainda por cima, com aval dos pais?”, questionou.

Participação

A participação do público foi de grande importância para o debate. Servidores do tribunal também contribuíram com as suas impressões sobre o filme assistido e encorparam a discussão com suas opiniões. Uma delas foi Joseilde Dantas, da Diretoria Técnica. De acordo com ela, vários pontos do longa são iguais ou piores na vida real. “Ainda hoje escutamos muitos casos de violência que são assustadores, de homens que tomam a mulher como sua posse, esquecem que nós mulheres somos seres humanos. Sei de casos de violência que aconteceram na minha rua, isso nos afeta diretamente. É importante lembrar que a violência psicológica não deixa marcas, mas ela existe e é de grande intensidade”, concluiu.