Tech Day: TCE-ES lança ferramentas para a análise de dados pelos auditores de controle externo

Auditores do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), que desempenham atribuições finalísticas nas unidades técnicas vinculadas à Segex, participaram do Tech Day, nessa quarta-feira (14). O evento é uma iniciativa institucional, realizado com a finalidade de fomentar a cultura da análise de dados entre os servidores, para a aplicação na atividade do controle externo. A abertura foi feita pelo presidente, conselheiro Rodrigo Chamoun, que falou sobre a “Transformação digital e o futuro dos Tribunais de Contas: a experiência do TCE-ES”.

Também marcaram presença os conselheiros vice-presidente Rodrigo Coelho, o corregedor Sergio Aboudib e o ouvidor Domingos Taufner. Em sua primeira edição, o Tech Day – evento que passará a ser anual – reuniu cerca de 200 profissionais no auditório da Escola de Contas Públicas (ECP) Mariazinha Vellozo Lucas.

“O TCE-ES está na vanguarda. É uma honra estar aqui com vocês. O ponto de partida para falar de transformação digital é o ano de 2012, onde faço um corte. Foi um ano de acontecimentos importantes como, por exemplo, o regimento interno, o início dos sistemas, o começo da especificação”, listou presidente, entre outros.

Nesse contexto, ele destacou o planejamento estratégico da Corte, enfatizando que o TCE-ES deve agir com rapidez e ter uma atuação decisiva para obter resultados relevantes para os cidadãos. “Um exemplo disso foi a pandemia. Estamos nos encontrando aqui hoje. Mas, para isso, em janeiro de 2020, tivemos que agir de forma decisiva”, assinalou.

Em seguida, traçou uma linha do tempo apresentando os três principais sistemas corporativos do Tribunal:  o e-tcees, o CidadES e o Painel de Controle, detalhando cada uma dessas plataformas e seus respectivos módulos.

E, também, chamou atenção para a auditoria digital, com o uso de análise de dados, tecnologia da informação (TI) e inteligência artificial (IA).

“A gente lança as bases para o tribunal de contas do futuro, que é aquele que faz a supervisão do setor público, o que aconteceu, mas, também, consegue desenhar uma visão ampla do que funciona o que não funciona nos governos. E mais que isso: fazer previsão sobre tendências e riscos futuros. E nós já estamos fazendo isso, por exemplo, com os royalties, que são uma oportunidade mas também uma ameaça”, frisou.

Nesse cenário de transformação digital, apresentou alguns números sobre o TCE-ES de hoje. Entre eles: 99% das sessões são virtuais, 95% dos servidores atuam remotamente e há a realização do trânsito em julgado dos processos em 378 dias, além de outros dados.

“Nunca pensei que eu fosse sentir tanto orgulho de estar trabalhando aqui. Muito obrigada pela oportunidade de estar passando dias incríveis com vocês”, concluiu o conselheiro presidente.

Dando continuidade, o secretário geral da Segex, Donato Volkers, fez um breve agradecimento aos auditores. “A gente não podia perder essa oportunidade. Depois de dois anos e meio, estamos juntos aqui. Todos esses resultados não aconteceriam, se não tivesse o apoio de todos vocês. As ferramentas de análise de dados também foram construídas por vocês, de várias áreas. Apesar de termos, a cada dia, mais tecnologia embarcada, nenhum controle vai funcionar sem os auditores, que instruem os processos. Então, aproveito para agradecer”, disse.

Análise de dados

Por sua vez, o secretário geral de Tecnologia da Informação (SGTI), Klayson Bonatto, falou das iniciativas voltadas à análise de dados no TCE-ES, assinalando que uma Corte de Contas mais orientada a dados terá auditores ainda mais preparados.

“O evento é uma iniciativa que visa atender uma demanda antiga de vocês. Temos no Tribunal um dos maiores repositórios de dados do Espírito Santo. A gente recebe dados de todos os municípios, de todos os Poderes, relacionados a diversas áreas, como contas, pessoal, folha de pagamento, e contratações, que está entrando agora. Mas, de vez em quando, a gente ouve a afirmação de que a gente utiliza muito pouco esses dados”, relatou o secretário.

Contudo, ponderou, os sistemas são muito usados por auditores para, por exemplo, consultas, gerar relatórios, peças processuais, entre outros finalidades. E muitos servidores, inclusive, fazem análise de dados baixando planilhas nos Dados Abertos, disponível no Portal da Transparência do TCE-ES.

Nesse contexto, acrescentou, a SGTI quer alavancar o sentimento de autonomia entre os auditores. “O que estamos querendo é ampliar isso. É deixar na mão de mais auditores essa autonomia. Inclusive, isso é muito bom até para a própria TI. A gente está lá sempre sobrecarregada de várias demandas e, se vocês próprios conseguirem construir esses relatórios que precisam, para a gente também vai ser muito bom”, enfatizou Klayson.

Ele destacou que não há necessidade de os auditores ficarem preocupados, no sentido de que essa tarefa é muito complexa. “Queremos que vocês percebam que é muito fácil construir. Análise de dados é para todos. Não precisa de Doutorado em computação. Se tiver conhecimento básico em Excel, consegue gerar as informações que precisam, sem depender da área de TI”, garantiu.

O secretário explicou que existem três perfis de profissionais que faz análise de dados: os consumidores, os exploradores e os especialistas. O foco, disse, é no segundo.

“Nós somos consumidores de dados. Nesse perfil estamos bem atendidos, a partir das ferramentas que temos. Os especialistas são para colocar os dados e todo ecossistema de ferramentas à disposição de vocês, os exploradores, para que tenham essa autonomia, fazer essa exploração dados, utilizando ferramentas como tableau, Power BI, enfim as ferramentas são diversas”, enfatizou.

Quanto aos especialistas, acrescentou, eles estão um pouco avançados no tema porque estudaram mais. “Queremos ampliar os perfis de exploradores e especialistas. O nosso foco, nesse momento, é nos exploradores. É isso que queremos promover nesse evento: iniciar o processo de criação de uma cultura de análise de dados. Isso não se força, se estimula. Pode demorar meses, até alguns anos, mas a ideia é de que consigamos levar isso até vocês”, destacou.

Com essa autonomia, salientou, auditores terão maior velocidade para desenvolver seus trabalhos.

“Sejamos um tribunal ainda mais orientado a dados. Na nossa visão, a gente já é um tribunal muito orientado a dados. Mas a gente sabe que pode ser mais. Vocês sabem disso. Vocês nos cobram isso. Então, a gente quer avançar nesse sentido. E, consequentemente, a gente vai ter auditores mais preparados para o presente. A Declaração de Moscou está sempre falando de auditor do futuro mas, na realidade, é do presente. Já está acontecendo agora. Temos plena convicção de que isso é para agora”, concluiu o secretário.

O evento contou também com apresentações de outros integrantes da SGTI, sobre as novas ferramentas de análise de dados disponibilizadas à área técnica.

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Fonte: TCE-MA