TCE-BA: Tarde de muita emoção na despedida do conselheiro Antonio Honorato

O auditório Conselheiro Lafayette Pondé, que abriga o plenário do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA), viveu uma tarde de muita emoção, nesta terça-feira (29.07), com as homenagens que os colegas e servidores da Corte de Contas prestaram ao conselheiro aposentado Antonio Honorato de Castro Neto, que se afastou em razão de ter atingido a idade limite de 75 anos para o exercício do cargo. Ao todo houve 20 pronunciamentos, nos quais, além dos elogios à capacidade e competência do homenageado como conselheiro e homem público, foram ressaltadas algumas das qualidades que marcam a sua vida, com destaque para a simplicidade, a generosidade e o senso de justiça, além da empatia que sempre demonstrou na relação com os que com ele conviveram. (Confira aqui mais fotos).

Ao final, Antonio Honorato, bem ao seu estilo, fez um breve pronunciamento, agradecendo as homenagens que vem recebendo nesta sua transição para a aposentadoria. “Depois de tantas palavras ditas aqui, de tanta emoção, posso dizer que estou tranquilo com meu coração, que resistiu bem a tudo isto”. E afirmou que já está sentindo muita saudade do ambiente, do trabalho e da convivência no TCE, acrescentando que se a Assembleia Legislativa da Bahia (na qual foi deputado por cinco legislaturas), foi, para ele, a grande escola de vida, “o Tribunal foi uma grande família”.

pleno tceA presença de tantos servidores, que lotaram o auditório, foi ressaltada por ele, acrescentando que não tinha como agradecer tantas palavras proferidas nos pronunciamentos , “palavras que aqueceram muito o meu coração”. Honorato lembrou a longa amizade que o une aos conselheiros Marcus Presidio, a quem conheceu ao nomeá-lo como superintendente da Assembleia Legislativa, e Inaldo Araújo, com quem conviveu desde que tomou posse como conselheiro do TCE, há 25 anos. Além de citar também os conselheiros Gildásio Penedo e Carolina Matos, agradecendo as palavras proferidas por ambos, confessou que não estava sendo fácil para ele receber tantas homenagens, que começaram na última sessão da qual participou na Primeira Câmara da Corte de Contas.

presidenteAo encerrar a sessão, o presidente do TCE/BA, conselheiro Marcus Presidio, não conteve a emoção e disse, com a voz embargada, que preferia deixar para se pronunciar durante a sessão de entrega da Medalha do Mérito Ruy Barbosa ao conselheiro Antonio Honorato, que será realizada no dia 8 de agosto (sexta-feira), também no auditório Conselheiro Lafayette Pondé.

FALAS EMOCIONADAS

Todos os integrantes da Mesa Diretora da sessão de homenagem se pronunciaram e a emoção foi a tônica em todas as falas, sempre ressaltando as qualidades de Antonio Honorato e desejando muitas felicidades na nova etapa que inicia em sua vida. A conselheira Carolina Matos, primeira a se pronunciar, fez um resumo da trajetória do conselheiro aposentado durante a sua vida pública, ressaltando as suas qualidades e salientando o quanto todos na Corte de Contas irão sentir a sua falta.

Na mesma linha se pronunciaram Gildásio Penedo Filho, agora vice-presidente da Corte de Contas, que lembrou o fato de Honorato ter passado com muito brilho por todas as funções que exerceu no TCE e destacou o que considera a principal marca da personalidade do conselheiro aposentado, a generosidade. Já o corregedor Inaldo Araújo, além de também ressaltar as qualidades de Honorato, lembrou que são amigos há 25 anos e, com uma fala cheia de metáforas, observou que a amizade entre ambos foi construída de forma sólida, tijolo por tijolo, e agradeceu ao amigo: “Muito obrigado, hoje e sempre, por sua eterna presença”.

A procuradora-chefe do Ministério Público de Contas (MPC), Camila Luz, ressaltando que iria falar pouco e exemplificando com uma frase que reflete a postura de Antonio Honorato, “falar muito com poucas palavras”, acrescentando que, com ele, foi possível aprender sobre generosidade e objetividade. E agradeceu pela defesa que ele sempre fez do MPC. O secretário de Processos do TCE, Luciano Chaves de Farias, também com palavras emocionadas, classificou o conselheiro aposentado de “baluarte” e farol” do Tribunal de Contas e enumerou as quatro qualidades que considera mais destacadas do homenageado: simplicidade, senso de justiça, generosidade e perspicácia.

asteb sintceCarlo Magnavita, presidente da Asteb, além de homenagear Antonio Honorato, citando um texto de Santo Agostinho, revelou mensagem escrita pelo auditor aposentado Almir Pereira, que, após traçar um breve relato da trajetória na vida pública do conselheiro aposentado, concluiu com um “Salve o conselheiro Antonio Honorato!”. E Amilson Carneiro, do SinTCE, fazendo um discurso em tom mais poético, afirmou que Antonio Honorato continuará nos corações dos servidores da Corte de Contas”.

MENSAGENS GRAVADAS
Além dos pronunciamentos presenciais, também se manifestaram, em mensagens gravadas apresentadas pelo conselheiro Inaldo Araújo, o presidente da Atricon (Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil), Edilson de Souza Silva; o presidente do IRB (Instituto Rui Barbosa), Edilberto Pontes Lima, o diretor do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento e ex-presidente do Tribunal de Contas de Portugal, José Farinha Tavares. O auditor do TCE/BA, Gustavo Farias, fez uma homenagem musical, cantando, em mensagem também gravada, a música “Amigo é Casa”, da autoria de Hermínio Bello de Carvalho.

Os servidores do Tribunal, representados pela Asteb (Associação dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado da Bahia) e pelo Sindicato dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (SinTCE), entregaram a Antonio Honorato uma placa com a seguinte mensagem: “Àquele que, com sabedoria, equilíbrio e humanidade, fez da justiça um caminho de diálogo, e da liderança, um exercício de escuta. Conselheiro Antonio Honorato: exemplo de honestidade, eterno guardião do bem comum. Homenagem dos associados da Asteb e do SinTCE”.

Antes da sessão de homenagem, ainda na sessão ordinária, o conselheiro-presidente, Marcus Presidio, apresentou uma moção de pesar, que foi aprovada à unanimidade, pelo falecimento da mãe de Antonio Honorato, dona Altair de Castro, que ocorreu no último dia 23. Aderiram à moção, também com palavras carregadas de emoção, os conselheiros Inaldo Araújo, Gildásio Penedo Filho e Carolina Matos.

ÍNTEGRA DOS PRONUNCIAMENTOS PRESENCIAIS DA SESSÃO

carolinaConselheira Carolina Matos:
“Há trajetórias, senhoras e senhores, que não se contam apenas em anos ou cargos ocupados. Elas se medem pela marca que deixam nas pessoas, pelas relações que constroem, pelo exemplo que inspiram. E hoje eu tenho a honra e também a emoção de prestar homenagem a alguém cuja trajetória se confunde com a própria história do serviço público na Bahia. O conselheiro Antonio Honorato de Castro Neto, meu querido e amado amigo. Sua vocação para a vida pública, iniciada em órgãos como o Departamento de Aviação e também a vice-governadoria, resplandeceu na Assembleia Legislativa do nosso estado. E lá não foi apenas um deputado estadual, mas ele foi membro da Assembleia Constituinte do nosso estado e também da mesa da diretoria, tendo ocupado a posição máxima, a sua presidência. Deixou sua marca na legislação que até hoje serve ao povo baiano. Sua capacidade, meu amigo, de dialogar com diferentes formas de pensamento, rendeu-lhe respeito unânime em muitas esferas e é uma prova do seu espírito agregador e, sobretudo, da sua elegância ímpar. Ao chegar a este tribunal, em outubro de 2000, o conselheiro Honorato assumiu novo encargo, trazendo consigo a visão multifacetada do administrador.

No exercício da presidência desse Tribunal de Contas, conduziu a casa com equilíbrio e sensatez. Eu acrescentaria também com generosidade. Como corregedor, atuou com firmeza e justiça que o cargo exige e, na direção da nossa Escola de Contas, a sua dedicação foi plena e retocada. Para além de títulos e de funções, hoje nós rendemos homenagens ao homem cuja presença enriqueceu o nosso cotidiano. A voz serena, ponderada, com humor na medida certa e a atenção de uma verdadeira águia traz luz aos debates mais complexos. Luz e sobriedade. A sabedoria do líder experiente tornava a partilha de conhecimento um ato de generosidade. A amabilidade fortalecia os laços entre todos nós, tornando o ambiente de trabalho mais leve e harmônico. Conselheiro Honorato, V. Exª honrou a missão de servir ao interesse público com integridade e decência. Agora, ao iniciar a sua merecida aposentadoria, desejo que essa nova fase seja imensa em felicidade e que possa desfrutar da companhia de sua amada esposa, Italva, também de seus filhos Adolfo e Mariana, e ainda, é claro, do carinho de seus netos, Antônio, Guilherme, João, Jorge e Maria Antônia. Sabemos que a sua ausência no plenário será bastante sentida, mas o seu exemplo de dedicação, de sabedoria e de humanidade continuará a nos guiar. Muito obrigada por tudo, o meu muito obrigado por tudo, e também os meus desejos de sucesso e plena felicidade nos seus novos passos”.

gildasioConselheiro Gildásio Penedo Filho:
“Eu não vou me ater à biografia formal do nobre conselheiro Antonio Honorato. Já amplamente conhecida, demonstrada aqui com todo brilhantismo pela nobre conselheira Carolina Matos, os diversos percursos exitosos que marcaram sua trajetória pública. Servidor público, deputado estadual, presidente do Poder Legislativo, conselheiro do Tribunal de Contas, cumpriu com louvor todos os cargos desta Corte: corregedor, vice-presidente, porque já é demasiadamente conhecida toda essa brilhante trajetória. Vou me ater, que não é uma tarefa fácil, àquilo que me parece ser, sem prejuízo do reconhecimento pela competência, pelo labor quanto mais, daquilo que entendo ser, o seu traço mais marcante. A generosidade. E aqui, ouvindo atentamente a conselheira Carolina, procurei me inspirar, de maneira que pudesse ter as razões que justificassem esse traço tão relevante de vossa excelência. Ouvimos mais cedo, que pode ser uma das razões e deve ser, a genética familiar. Me inspirei aqui, também, em uma das conhecidas marcas do ditado popular, que traz como inspiração a voz firme e contundente do filósofo romano Cícero Túlio, porque a ele se atribui o que definirei em instantes. Jurista, professor, advogado de verve firme e forte, ou mesmo a inspiração religiosa, trazida em uma das Epístolas da Bíblia no Novo Testamento, nos Coríntios, ou nos Galácticos, que se refere a uma passagem do profeta Paulo no convencimento do povo da Galáctica, que é, em resumidas palavras, o que o povo traduz: “Quem semeia boas sementes colhe grandes frutos”.

E esse reconhecimento desta Casa no dia de hoje, quer nessas últimas ocasiões onde todos fazem questão de trazer o abraço afetuoso, referendando e reconhecendo sua trajetória nesta Casa, conselheiro Honorato. É fruto do que vossa excelência plantou na sua vida inteira. Seja como deputado, seja como cidadão, seja como conselheiro, homem público, vossa excelência semeou o bem. De voz simples, de caráter firme, todos aqueles que, de alguma maneira, se dirigiram à vossa excelência, sempre encontraram o respaldo daquele que quis ajudar, que tentou ajudar, ou que conseguiu ajudar a todos que passaram por sua vida. E eu sei que não é fácil, nesse momento, a despedida de uma trajetória, pelo menos, a mais ordinária de companhia diária a esta corte. Mas talvez o que vossa excelência presencia, mesmo na humildade, com a vaidade da humildade, como diz vossa excelência, tenho certeza que serve como bálsamo nesse momento. A certeza do que vossa excelência plantou neste Tribunal de forma específica. A todos nós, eu aqui falo do plano pessoal, perderei diuturnamente a presença de um amigo, conversando e revisitando um passado recente, conjecturando o presente e prospectando o futuro. Catalisador de todos nós. Homem sereno, equilibrado, de convivência fácil e harmoniosa. É esse o Antonio Honorato que todos nós conhecemos. Então, amigo, cabe neste momento de despedida, temos a certeza que, nesse novo ciclo que se iniciará com vossa excelência, a vida continuará sendo generosa. E foi o de ter construído uma família honrada, de ver hoje seus descendentes trilhando com êxito que, tenho certeza, acalmam seu coração e lhe dão a convicção das boas lições, dos bons ensinamentos familiares. Siga, meu querido Antonio Honorato, na certeza de que você deixará uma marca profunda em todos nós, pela amizade, pela correção, pela lealdade e pela generosidade que, sem sombra de dúvidas, foram suas marcas mais profundas que tocam e calam a sua história nesse momento. Siga em frente com a certeza do grande dever cumprido por onde vossa excelência passou. Parabéns, Antonio Honorato de Castro Neto, meu grande e predileto amigo nesses últimos anos. Siga em frente!”.

inaldoConselheiro Inaldo Araújo:
“Vou começar, como sempre faço nos artigos que escrevo, citando uma outra canção para mim marcante, que diz assim: ‘Amigo é feito casa que se faz aos poucos, e com paciência, pra durar pra sempre’. Assim diz a canção Amigo é Casa, de Hermínio de Carvalho, e que Zélia Duncan interpreta de forma que faz chorar. Sabe quando queremos dizer algo sobre alguém e os sentimentos suplantam a retórica? A dificuldade é ainda maior quando este alguém gosta de textos sucintos, embora grandiosa seja sua história. Assim sinto quando penso em expressar tudo o que significa, para mim, o amigo, o homem, o conselheiro Antonio Honorato. Eu o conheci de uma forma estritamente profissional. Aliás, a primeira vez em que vi o conselho Honorato, eu estava num restaurante com minha esposa e meus filhos pequenos, e ele estava com sua família, do outro lado. E eu disse assim, olha, aquele ali é o presidente da Assembleia Legislativa. Não sabia que naquele momento, pouco tempo depois, aconteceria o que eu vou aqui agora relatar. Como disse, eu o conheci de uma forma estritamente constitucional, estava responsável pelo gabinete do conselheiro Eliel Martins, que havia falecido enquanto esperava a nomeação de novo conselheiro. Ao conselheiro Honorato, eu prestei contas de tudo o que o gabinete havia feito durante aquele curto período. Eu o deixei, por óbvio, à vontade para que ele nomeasse alguém de sua confiança a partir daquele momento para tocar o gabinete. Ele então me questionou: ‘Esse alguém não pode ser você?’. Respondi que ele precisava ouvir os demais. Ele objetivamente afirmou: ‘Mas eu escolho você’.

Ali, começaria uma amizade de 25 anos. Que perdura até hoje e que tenho certeza de que levarei comigo até a eternidade. Falar de Honorato significa falar de precisão, de manifestações cirúrgicas, de objetividade, sem rodeios. Por vezes com humor e sem enrolação. Falar na linguagem simples, no tempo em que ela não era o norte, mas a exceção. O ser ao meu lado tem o dom de dizer muito falando pouco. De dizer as coisas duras de uma forma tão suave que deixa feliz a vida que foi o alvo do que foi contestado. Homem honrado, o significado de seu nome não nos deixa mentir, ‘Honor + Ato’, e seus atos são honrosos e decisivos. Mostra a que veio sem pestanejar. Ao tempo que faço esse escrito em homenagem ao conselheiro Honorato, meus olhos marejam de lágrimas, pois sua aposentadoria chegou. Julho chegou. Penso o quanto é precoce aposentar uma pessoa com tanto vigor mental, com tantas coisas boas ainda a nos ensinar. Quantas saudades terei das nossas caminhadas pelo corredor desta Casa. A Lei, no entanto, há de ser cumprida, ainda que questionemos seus fundamentos, quando à exceção não a regra. Mas isso não nos impossibilita de lamentar e de sentir profundamente. Deixar de ter a convivência diária com o nosso amigo, mestre e conselheiro dos conselheiros, Honorato, nos corredores do Tribunal de Contas do Estado da Bahia, me causa uma certa dor. Dor por não ter um conselho certo a qualquer hora. Dor da distância, dor da saudade. Saudade daquelas bem grandes, que só se deixa em quem foi muito importante em nossas vidas, quem deixou marcas profundas.

O que posso dizer para o meu grande amigo? Que você sempre será para mim, e que sempre que precisar, ou não, será para mim casa, casa. Que você será casa para mim, porque sempre que precisar, ou não, terá em mim um lar’. Na linguagem que eu gosto de repetir de contador que somos, desse mundo atual que é a contabilidade, seu dever. Com orgulho, com honra, com afeto, com carinho e, acima de tudo, com respeito. Nossa amizade, Castro Neto, foi construída de forma sólida, tijolo por tijolo, e ainda que não estejamos espertos fisicamente, teremos sempre um ao outro, pois, como também dito na canção Amigo É Casa: ‘Amigo que é amigo quando quer estar presente, faz-se quase transparente sem deixar-se perceber’. Conselheiro Castro Neto, muito obrigado hoje e sempre pela sua eterna presença”.

camilaCamila Luz, procuradora-geral de contas do MPC/BA:
“Nesses 12 anos de convivência aqui no Tribunal, o seu sorriso, o seu gesto de acolhimento, com um abraço ou com um simples olhar, ele nos disse muito. Então, aprendi com a sua objetividade, com a sua generosidade e uma característica muito interessante, conselheiro, que eu acho em Vossa Excelência, se eu posso mencionar nesses anos que nós convivemos aqui, institucionalmente, é a capacidade que Vossa Excelência tem de ter uma perspectiva sempre de olhar as coisas pelo lado do copo cheio, o que é muito bom. A gente olhar a vida com essa leveza, com essa positividade… e os obstáculos se tornam menores quando a gente tem essa perspectiva de transformar os percalços em molas para a gente crescer. Então, o senhor sempre foi um parceiro do Ministério Público de Contas, um defensor da nossa instituição. Nós enfrentamos muitos obstáculos e desafios desde a implantação do Ministério Público de Contas, e o conselheiro Honorato sempre foi um defensor intransigente da carreira, sempre esteve ao lado da nossa atuação ministerial, sempre nos respeitou, sempre nos concedeu deferência, de forma que a sua aposentadoria será sentida não apenas pela sua postura institucional, mas também por essa relação de amizade que nutria com todos os membros do Ministério Público de Contas.

E aqui eu me sinto à vontade para falar não apenas em meu nome, mas também em nome de todos os meus colegas, os meus pares do Ministério Público de Contas, de todos os servidores. E para além da sua trajetória pública, que já é notória aqui, foi tão bem falada por todos, fiquei muito feliz de perceber como o senhor tem uma vida familiar harmoniosa. Eu acho que não há um sentimento melhor para um pai do que ver seus filhos, seus netos, com saúde, seguindo caminhos do bem. Então fiquei muito feliz também de poder conhecer o seu lado pessoal, da sua esposa, dos seus filhos, dos seus netos. De maneira que eu desejo um caminho profícuo, uma nova fase da sua vida, poder curtir essa fase com saúde, com essa lucidez, com essa postura que o senhor ainda mantém. Talvez seja o sonho de muita gente, que possamos chegar aos 75 anos com toda essa bagagem, essa trajetória. Parabéns, conselheiro. Obrigada por tudo”.

lucianoLuciano Chaves, secretário de processos do TCE/BA:
“Sr. Presidente, Sra. Conselheira, Srs. Conselheiros, Ilustre Procuradora, Camila Luz, colegas aqui presentes, uma boa tarde a todos!

Aqui neste assento algumas vezes tive a oportunidade de falar por solicitação e em nome do Conselheiro Honorato, mas hoje peço licença ao Presidente para me dirigir ao Conselheiro sem a sua solicitação prévia, mas para render minha singela homenagem a esse baluarte, esse farol, esse fiel da balança do nosso TCE. Sei que estou correndo o risco de não o agradar muito, mas é um risco calculado e amparado pela vontade do coração.

De logo, começo essa minha fala de despedida ao Conselheiro Honorato citando números. Até na intenção de já iniciar tentando mostrar que o conheci um pouquinho durante nosso convívio aqui no Tribunal, em especial, a partir de 2017, quando recebi o honroso convite para assumir a Secretaria Geral e poder estar mais perto de Vossa Excelência. O que, pra mim, sempre encarei (e continuo encarando) como uma honra e privilégio dividir essa Bancada com vossas excelências. Falo de números por saber que o Conselheiro Honorato, além de ser Contador de formação, gosta sempre de associar números, tentando captar as dicas que são dadas através deles. Vossa Excelência, Conselheiro, tomou posse neste TCE no dia 10/10/2000, 10+10=20. Mas posso enxergar esses números como um prenúncio de um Conselheiro nota 10 que logo se tornaria. Ou também posso relacionar essa data ao aniversário de meu saudoso irmão, que nasceu num dia 10/10. E Vossa Excelência ingressou nesta Casa com 51 anos, minha idade neste momento. Aprendi contigo, Conselheiro Honorato, que os números podem nos indicar boas associações e trazer interessantes mensagens.

Ainda falando de números, sinto-me compelido, até por dever de justiça, a manifestar um reconhecimento público. Como todos sabemos, no último dia 27/07, Vossa Excelência completou suas 75 primaveras. E nesses 110 anos do TCE, V. Exa. já se tornou o Conselheiro com mais idade que atuou neste Órgão. Entrarás para a história secular de nosso Tribunal também por isso. Mas quero mesmo destacar outros números. E serão estes meu reconhecimento público. Apenas para citar os seus últimos 4 anos de atuação aqui nesta Casa, fazendo um recorte a partir do momento em que já tinha superado os seus 70 anos, V. Exa. é o Conselheiro com maior número de atuação nas sessões plenárias em todos esses 4 anos. Isso mesmo! V. Exa. foi tetra! Em 2022, das 82 sessões, Vossa Excelência participou de 80. Em 2023, de 81, participou de 70 sessões. Em 2024, das 82 sessões, participou de 73. E neste ano, das 39 que já tivemos, Vossa Excelência se fez presente em 37 Sessões. Esses números realmente chamam atenção. E não é só isso. Preciso testemunhar também que V. Exa. está sempre à disposição para atuar substituindo conselheiros da 2ª Câmara, independentemente de ser ou não sua semana no rodízio regimental. Sei que ao divulgar esses números também estou correndo o risco de não o agradar muito, pois a vaidade é uma característica que corre longe de V. Exa. (à exceção da confessa vaidade de sua simplicidade). Mas fiz questão de trazer esses números como forma de atestar seu compromisso e dedicação a este nosso Tribunal. Um homem que chegou a três quartos de século de vida, e que ainda consegue manter um ritmo de trabalho e entrega desse modo, é bastante admirável. E, para nós, um pouco mais jovens, serve também de inspiração.

As qualidades do Conselheiro Honorato já foram realçadas e enaltecidas pelos que me antecederam. Realmente são muitas! Mas quero destacar quatro delas, que são sua simplicidade, senso de justiça, generosidade e perspicácia. A primeira (sua simplicidade) é por demais conhecida e justamente reverenciada por todos. A simplicidade é uma característica dos homens verdadeiramente grandes. Essa é sua genuína impressão digital!

Seu senso de justiça também é uma característica que o define. Vossa excelência costuma sempre “dar a césar o que é de césar”. Como forma de destacar essa sua nobre qualidade, lembro de uma situação ocorrida aqui mesmo neste Plenário. Inclusive esse episódio foi citado recentemente durante a leitura do voto de relatoria das Contas de Governo pelo Conselheiro Inaldo. Refiro-me à sessão plenária de apreciação das Contas de Governo do exercício de 2009. Vossa Excelência estava gozando férias e o seu substituto, na época o Auditor Inaldo Araújo, liderou todo o processo e preparou o relatório e voto para a sessão. Faltando poucos dias para essa apreciação, houve um questionamento e o Conselheiro Substituto Inaldo foi impedido de relatar, tendo o Conselheiro Honorato de interromper suas férias para cumprir essa missão. E aí, após apresentar sua proposta de parecer prévio, o Conselheiro Honorato, brilhantemente e conquistando aplausos da plateia, se manifestou da seguinte forma (e aqui peço mais uma vez licença para ler o trecho das notas taquigráficas). Ali, naquele dia, todos nós, que estávamos assistindo ou ouvindo aquela sessão, tivemos mais uma prova de seu admirável senso de justiça e desapego à vaidade.

Quanto à generosidade, creio também que muitos de nós já tivemos a oportunidade de perceber essa sua característica. Mas queria cometer uma inconfidência, mesmo correndo o risco de afetar sua discrição e falta de vaidade. Certa feita, ouvi de uma pessoa próxima ao Conselheiro Honorato que ele tinha um costume interessante. Toda vez que entrava uma “verba extraorçamentária”, que não estava prevista, ele separava uma parte desse valor para deixar no carro e ir distribuindo com os pedintes de rua ou com aqueles menos favorecidos. Fiquei com mais essa liçao!

Por fim, mas não menos nobre, temos a qualidade da perspicácia. E essa característica do Conselheiro Honorato anda junto com sua rapidez de raciocínio e espirituosidade. Sempre tem uma grande sacada! Costuma enxergar algo que não vemos com a mesma clareza ou rapidez. E aqui lembro de um recente comentário feito pelo Conselheiro aqui neste Plenário, quando teve de assumir a posição de Decano da Casa. Na primeira sessão que teve de mudar de lado, o Conselheiro surpreendeu a todos com esta tirada: “Agora eu estou tendo a oportunidade de ficar de frente pra o futuro do TCE. Antes estava voltado ao passado.” E antes que pudessem perguntá-lo sobre o motivo, ele já foi logo explicando: “daquele lado, eu estava de frente para o quadro da primeira sessão, que ocorreu há quase 110 anos. Agora eu estou de frente para o telão onde é transmitida a sessão on line para todo o mundo, mostrando um Tribunal conectado e tecnológico”. Este é o nosso Conselheiro Honorato!

Em arremate, recorro-me novamente à memória para lembrar de uma entrevista dada pelo Conselheiro Honorato ao entrevistador Mário Kértezs. Na ocasião, o Conselheiro confidenciou aos ouvintes que só tinha medo de três coisas na vida, e todas começando com a letra A. Eram seus temorosos 3 As! Tinha medo de Avião, de Alma penada e de ACM. E agora lembrando dessa confidência, digo ao Conselheiro Honorato que nós aqui no TCE precisaremos nos organizar para encarar também um outro “A”, que é a temida continuidade de nossas atividades com sua ausência.

E permita-me encerrar essas minhas palavras, já pedindo desculpas por ter me alongado, mas confiando na sua generosidade, chamando-o de amigo, e desejando-lhe maior sucesso nessa sua nova etapa de vida, quando, certamente, poderá usufruir de outros privilégios, como o de ter mais tempo para se dedicar e estar mais próximo de seu sólido núcleo familiar. E, concluo, fazendo alusão ao presente que tive oportunidade de dá-lo, rogando que você continue sendo sempre abençoado e protegido pela sagrada família! Muito obrigado, Conselheiro Honorato!”.

Carlo Magnavita, presidente da ASTEB:
“É uma pena que no Congresso Nacional a gente torceu muito, que passou a PEC da Bengala, a gente torceu pela PEC do Andador, mas não foi possível, que eu acho que o senhor (conselheiro Antônio Honorato) teria ainda muita coisa a dar nesses cinco anos faltando. Mas eu vou ser bem breve e vou fazer isso uma homenagem rápida a senhora Altair de Castro, foi muito tocante presenciar a despedida dela. É um poema de Santo Agostinho:

‘A morte não é nada, eu somente passei para o outro lado do caminho. Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era pra vocês eu continuarei sendo. Me deem o nome que vocês sempre me deram. Falem comigo, como vocês sempre fizeram. Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador. Não utilizem tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos. Rezem, sorriam, pensem em mim, rezem por mim. Que meu nome seja pronunciado sempre como foi, sem ênfase de nenhum tipo, sem nenhum traço de sombra ou tristeza. A vida significa tudo o que ela sempre significou. O fio não foi cortado. Por que eu estaria fora dos seus pensamentos, agora que eu estou apenas fora das suas vistas? Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho. Você que ficou aí, siga em frente, a vida continua linda e bela como ela sempre foi’.

Eu acho que essa mensagem era magnífica para o momento de uma perda de uma figura de 100 anos, eu perdi a minha mãe com 69 anos. Não tive esse privilégio de viver com a minha mãe o que o senhor teve. Então, eu queria registrar isso e dizer que foi muito marcante pra mim me presenciar aquela bela homenagem das amigas cantando, foi muito leve a despedida de dona Altair”.

Amilson Carneiro, presidente do SinTCE:
“Diz o poeta que um dia a gente chega, no outro vai embora. Cumprir a vida é compreender a marcha e ir tocando em frente. Você está se despedindo de algumas tarefas, e até de ambientes formais e informais. Mas continuará nas nossas mentes e nos nossos corações, porque você é do bem e pelo bem. Você presidiu esta casa e, alguns anos depois, nós, servidores, votamos simbolicamente pela sua volta . Mas a sua humildade não lhe permitiu. E mesmo assim continuamos a lhe devotar respeito e admiração. Espero que esta plataforma continue sendo a estação do seu lugar. E que você possa vir sem ter plano, porque voltar quando quiser é melhor ainda. Amizade, humildade, sinceridade compõem a sua história. E esse é o dom de ser capaz de ser feliz que lhe é peculiar. Por fim, não se admire se um dia um beija-flor invadir a porta da sua casa, lhe der um beijo e partir. Fomos nós que mandamos o beijo. Ai, que saudade de você, Antonio Honorato!”.

VEJA MAIS PRONUNCIAMENTOS

João Cordeiro, chefe de gabinete do conselheiro aposentado Antonio Honorato:
“Conselheiro Antonio Honorato é um conselheiro que nunca deixa de ser conselheiro. Trata-se de um conselheiro vitalício. Em nome do Gabinete, transmito este singelo agradecimento. Além de conselheiro, é amigo, abrigo, uma voz serena em momentos difíceis. Um homem que nunca precisou elevar o tom da voz para ser ouvido, pois sua presença fala mais alto do que qualquer palavra. É daqueles que chegam de mansinho, com um sorriso discreto, mas que deixam marcas por onde passa. Sempre disposto a estender a mão. Se não puder ajudar, faz questão de, ao menos, não atrapalhar. Isso diz muito sobre o tamanho do seu coração. Honorato é simplicidade. É daquelas pessoas que ensinam mais com atitude do que com discursos. Que escutam mais do que falam, que respeitam. E que respeito e empatia são mais do que cargos. Hoje, o sentimento é de gratidão misturada à saudade. Gratidão pela honra de tê-lo conhecido e pelo privilégio de aprender com ele, vivenciando momentos de alegria e descontração. Conforme mencionado, sua presença sempre foi marcada por sua espirituosidade, proporcionando momentos de divertimento. Sentiremos saudade de sua ausência diária em nossas conversas, em seus conselhos, nos cafés, nas reuniões e nas decisões, sempre permeadas por sua sabedoria. Desejamos que sua nova jornada seja tão leve quanto foi sua presença no Tribunal de Contas, e que continue a inspirar com a mesma serenidade e luz de sempre. Agradecemos por tudo”.

Luiz Fernando Pinheiro, gerente de Serviço e Suporte a Usuário (GSSU):
“Meu coração se alegra com a oportunidade. Recordo com orgulho o convite de 2006, que me possibilitou integrar este Tribunal de Contas após uma trajetória em diversos órgãos do Estado, somando 45 anos de experiência no serviço público. A consideração a nossa amizade, a nossa família, a sua família, é muito grande. Na sessão passada, na Primeira Câmara, suas palavras me emocionaram profundamente. Ao ouvi-lo afirmar que a humildade é um de seus valores, senti-me particularmente tocado, e lembrei-me de meu pai. Sou muito grato, e agradeço em nome da área de tecnologia do Tribunal de Contas. Sei que, durante sua gestão como presidente, o senhor enfrentou desafios significativos, inclusive na área de segurança. Agradeço sua dedicação. É com satisfação que celebro meus 19 anos neste Tribunal. Construí aqui uma grande família, e hoje me sinto acolhido por todos os meus colegas e amigos. Muito obrigado, conselheiro”.

Wendel Régis Ramos, assessor-chefe da ATEJ:
“Por falar de respeito e de todo reconhecimento da Casa ao conselheiro Honorato, e em cumprimento ao pedido de Luciano, falarei sem ter palavras, mas eu sei que o senhor é um homem que não é nem de muitas e nem de poucas palavras, mas de palavras sábias. Recordo-me, assim como outros já mencionaram, do discurso de Patrícia na sessão da Primeira Câmara, prevendo que aquela seria sua última participação. Por desígnios divinos, de fato, aquela sessão marcou sua despedida, e eu tive a honra de presenciá-la. Observei atentamente as homenagens dos colegas e do procurador, e refleti sobre sua trajetória. Diante de sua simplicidade, característica marcante, senti grande admiração. Acompanhando as homenagens, percebi que ainda tenho muito a aprender. Por isso farei questão de incluir visitas em minha agenda a fim de continuar a aprender com o senhor, que tanto tem a ensinar. Tudo de bom”.

José de Jesus, motorista do TCE/BA:
“O senhor, conselheiro Antonio Honorato de Castro Neto, eu tive a felicidade de votar duas vezes para o senhor, a pedido de um amigo. E tem um amigo na Assembleia, que quando eu falei do senhor, ele disse que foi um grande presidente, e sei o quanto o senhor sofreu andando por esses 417 municípios procurando voto, que eu já trabalhei pra política e eu sei o quanto a gente sofre. Quero lhe desejar felicidade, que Deus lhe abençoe, 75 anos não são 75 dias. (…) conselheiro, que Deus lhe abençoe, curta a sua família, viva com o Senhor, que a partir de agora é o Senhor, e o Senhor está com a sua família, muito obrigado”.

Christiane Ferreira, secretária da Primeira Câmara:
“Boa tarde. É com particular emoção que hoje me dirijo ao senhor. Agradeço, de coração, pela oportunidade que a vida me concedeu de conviver com uma pessoa tão inspiradora e admirável. Sua presença sempre trouxe confiança, colaboração e leveza ao nosso dia a dia, além do seu característico senso de humor, que tanto apreciamos. Essa combinação torna tudo mais especial. Seu legado transcende os resultados alcançados; ele nos inspira a sermos pessoas melhores, mais dedicadas e aprimoradas. Sinto-me profundamente feliz e grata por ter tido a chance de aprender ao seu lado, absorvendo sua sabedoria e o exemplo de sua conduta. Desejo que, nesta nova fase, o senhor desfrute de momentos maravilhosos junto aos seus entes queridos. Saiba que sua dedicação e bondade, demonstradas sem hesitação, permanecerão para sempre em nossa memória e nos nossos corações. Muito obrigada”.

Mário Silva, titular da Secaf:
“O filósofo Tales de Mileto defendia a tese de que todos os seres que estavam na natureza vinham da água, e a partir desse movimento, da forma como a água fluía, onde quer que fosse, a água era uma só, as suas moléculas, a sua composição não tinham diferenças do ponto de vista molecular, onde quer que a água estivesse. Então, o conselheiro Honorato, a gente sempre tem aquela visão, ele é quem fazia, especialmente nos momentos mais delicados, mais tensos do tribunal, ou nas sessões de julgamento, ou em outras iniciativas, outros desafios, ele fazia sempre o público entender que esse tribunal é um, somos pequenas moléculas de um organismo. Ele é quem tinha essa palavra, essa presença, essa experiência conciliadora. E aí já passamos para os pré-socráticos, chegando em Aristóteles, que defendia que compreender a natureza, compreender o mundo, que o filósofo observava o mundo na busca do conhecimento, era uma operação de intelecto. Então, quando você conseguia compreender algo, aí sim você absorveu o conhecimento. Isso foi uma operação do espírito e não mais do intelecto.

O conselheiro Antonio Honorato, agora na sua despedida, pelo menos formal, nos fez compreender que, de fato, o tribunal precisará sempre de alguém com essa generosidade, com esse senso também de humor, com essa simplicidade para poder sair dos seus, digamos assim, becos mais apertados. Quando as coisas estiverem muito difíceis, quando as respostas estiverem difíceis de serem dadas, em qualquer dimensão, essa operação do espírito, o conselheiro representa a exemplo do que Aristóteles descreveu e a exemplo do que Tales de Mileto pregou. Então, sempre nos lembraremos de sua postura, do seu histórico aqui, nos momentos de dificuldade, também nas alegrias, no momento em que a união precisa prevalecer nesse tribunal como opção de solução à nossa demanda. Muito obrigado por ter feito parte dessa instituição”.

Rusdelon Franco Lima, diretor de Recursos Humanos:
“Então, no sertão, que o senhor é conhecido como homem do sertão, vou pegar carona e citar um trecho da música de um grande poeta do sertão, filho de um grande poeta do sertão, Gonzaguinha. Tem um trecho da música que ele diz: toda pessoa sempre é a marca das lições diárias de outras tantas pessoas. Então, vou inverter e vou dizer, como seria eu, que aqui no TCE tantas pessoas ficaram marcadas por suas lições diárias. Muito obrigado!”

Cristiano Pereira Rodrigues, assessor de Gabinete do Cons. Gildásio Penedo Filho:
“Diante do que foi falado ou ouvido aqui, qualquer palavra que fosse atribuir algum objetivo sobre as qualidades do conselheiro Honorato ainda seriam ínfimas, e eu queria falar apenas uma, gratidão, gratidão por quase esses 30 anos de Tribunal, três décadas laborando aqui. Tive a satisfação e o privilégio de compartilhar 25 anos dos seus ensinamentos e dos seus conselhos. Lembro-me exatamente quando minha filha nasceu, as minhas angústias como pai de primeira viagem, e de um conselho que o senhor deu: viva o presente, aproveite o presente da paternidade. E tenho vivido plenamente. Em tempos que se celebra a inteligência artificial, confesso que tive o privilégio e o prazer de poder compartilhar a inteligência humana do  conselheiro Honorato durante esses 25 anos. E nesse momento só quero, de fato, agradecer por esse privilégio que você me deu, diante da sua humildade enquanto pessoa e enquanto ser humano. Muito obrigado!”

Elson Queiroz, assessor da Gerad:
“A solenidade de hoje se distingue de forma notável. Ao refletir sobre a figura do conselheiro Antonio Honorato, a linguagem parece insuficiente para expressar a profundidade de sua importância. As palavras do dicionário mostram-se limitadas diante da grandiosidade de sua pessoa. É com profunda gratidão que me apresento, tomado pela emoção, mas impelido pela admiração. Sou um grande admirador do conselheiro Honorato. A partir de agora, o conselheiro será lembrado como o conselheiro Antonio Honorável. Sua presença deixará saudades. Um beijo fraterno em seu coração e em toda a sua família”.

Juraci Manoel de Carvalho, auditor:
“(…) O que é que eu posso dizer ao conselheiro Honorato que seja algo meu, que seja algo que venha do meu interior e com a minha forma de ser? Então eu me vali do artigo que foi escrito pelo nobre conselheiro-presidente do Tribunal de Contas do Municípios do Estado da Bahia, coirmão desse órgão, conselheiro Francisco Netto, que foi publicado no jornal A TARDE e está também publicado no portal desse Tribunal. Eu não vou ler todo, claro, mas vou me valer aqui dos primeiros tópicos. Ele destaca a aposentadoria do senhor, e diz que o senhor exerceu por duas décadas e meia, com reconhecida competência e discrição, a magistratura de contas, já destacando aí traços da sua personalidade e da sua atuação. Vai dizer que o conselheiro Antonio Honorato é certamente um homem público exemplar, amigo e companheiro estimado por todos, como todos destacaram aqui o seu lado pessoal, o seu aspecto pessoal da cordialidade, da generosidade, da simplicidade, da lealdade aos seus amigos, estimado por todos pelo seu trato ameno, discreto e acolhedor no relacionamento com seus pares, servidores e com todas as pessoas que eu procurar. Some-se a isso sua grande capacidade de liderança que marca a sua atuação no cotidiano desta Corte de Contas, nenhuma novidade, mas eu achei muito muito feliz a forma como ele sintetizou isso. (…)

Eu hoje confesso que tive momentos de êxtase intelectual e espiritual ao ouvir tantas palavras bonitas e tantas homenagens. Eu vou trazer aqui Zé de Jesus (motorista, um dos que o antecederam no púlpito), com a sua forma muito peculiar e muito própria. Ele também me deu coragem de vir aqui hoje também falar isso porque algo que eu tenho pra dizer aqui e que eu creio talvez não só eu, mas sou dos poucos que podem dizer isso ao senhor, porque pela minha amizade, pelo meu convívio próximo, somente nos últimos momentos com o conselheiro Pedro Henrique Lino de Souza, eu presenciei a atitude de vossa excelência, do espírito elevado e cordial com relação às coisas boas e também difíceis da vida. E me lembrei, conselheiro, que lá em 2019, no momento em que o conselheiro Pedro Lino retornou de um dos seus primeiros afastamentos da questão da saúde e que voltou a frequentar este colegiado e alguns companheiros, alguns conselheiros, colegas dirigiram palavras de boas vindas a ele, de bom retorno. E uma dessas pessoas, talvez acho que o primeiro a falar, foi vossa excelência. E vossa excelência destacou, não foi exatamente com essas palavras, mas eu gravei: ‘Eu quero parabenizar, eu quero me dirigir ao conselheiro Pedro Lino, dizer que estou feliz de vê-lo novamente neste plenário, de vê-lo se recuperando dos problemas de saúde’. Neste dia, conselheiro Antonio Honorato, eu senti total sinceridade nas suas palavras. O que eu vi ali foi uma uma palavra sincera em relação ao conselheiro Pedro Lino. E gostei muito de ter ouvido, eu não tinha realmente muita aproximação com o senhor.


(…) Então, conselheiro Antonio Honorato, eu quero me associar às homenagens maravilhosas que foram prestadas hoje nesta tribuna, nesta festa maravilhosa, nesta festa do coração e da mente também, que é uma homenagem do coração, mas feita com consciência em homenagear quem merece. Parabéns, conselheiro Honorato, por tudo. E seja muito feliz”.

Fonte: TCE-BA