O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) deu mais um passo em direção ao aperfeiçoamento de suas instalações e equipamentos para garantir a acessibilidade de pessoas com necessidades especiais. Sob a coordenação da Escola de Contas e Gestão, servidores de diferentes setores da Casa e funcionários do Instituto Benjamin Constant reuniram-se na sede do TCE, para discutir a necessidade de ferramentas especiais de trabalho dos novos servidores com deficiência visual, aprovados no recente concurso público.
“Os novos servidores vêm com uma expectativa muito grande. Eles comprovaram toda uma competência técnica, num concurso dificílimo, inclusive para as vagas reservadas para pessoas com deficiência a concorrência foi muito grande. Aí, eles conseguem entrar no órgão e, por vezes, não conseguem trabalhar porque não dispõem das ferramentas necessárias. Isso acaba gerando uma insatisfação pessoal e também é uma perda, um desperdício para o tribunal”, explicou a diretora-geral da ECG, Paula Alexandra Nazareth.
O principal ponto em discussão foi a necessidade de aquisição ou ajuste das ferramentas de trabalho, relacionadas à área de informática, que permitam o exercício pelos novos servidores de suas futuras funções. Isso inclui softwares especiais, como leitor de tela, e hardwares, como scanner que permite a leitura de documentos impressos, além da compatibilidade desses programas com todos os demais utilizados pelo tribunal.
Aprovada no concurso para o cargo de analista de controle externo, na especialidade Direito, Inês Martins Simão afirmou que suas expectativas de trabalho no TCE são as melhores possíveis: “Acredito que com o apoio do Benjamin Constant e da equipe do tribunal, e com essas ferramentas e novas tecnologias vou conseguir superar qualquer obstáculo que possa surgir no dia a dia”.
Participaram da reunião a chefe de gabinete da Presidência do TCE, Ana Helena Bogado Serrão; da ECG, Paula Alexandra Nazareth (diretora-geral), João Paulo Lourenço (coordenador de Capacitação) e Sandra Maciel (assessora pedagógica); da Secretaria Geral de Controle Externo, Geane Ferreira (titular da Assessoria de Orientações Técnicas e Suporte) e Irurá Vianna Filho (subsecretário de Controle de Pessoal); da Secretaria Geral de Administração, Flávia da Silva Oliveira (titular da Coordenadoria Setorial de Cadastro e Lotação); da Diretoria Geral de Informática, Marcos Aurélio Costa de Carvalho (titular da Assessoria de Apoio ao Usuário); da Comissão de Acessibilidade do Benjamin Constant: Elcy Mendes (presidente) e José Francisco de Souza, além de dois novos servidores do tribunal, portadores de deficiência visual, aprovados no concurso, Inês Martins Simão (cargo de analista de controle externo – especialidade Direito) e Charles Pinto Carvalheira (analista de controle externo – área organizacional).
Tribunal busca cooperação com diferentes instituições
Há alguns meses, a Escola de Contas e Gestão mantém contato com a Comissão de Acessibilidade do Instituto Benjamin Constant, com o objetivo de firmar um convênio de cooperação educacional, técnica, científica e de integração com vistas ao desenvolvimento de cursos, estudos, pesquisas e ações no âmbito da inclusão social, educacional e da acessibilidade entre as instituições. “A orientação técnica dada pelo pessoal do Benjamin Constant é fundamental para o projeto de acessibilidade do Tribunal. Essa parceira é um privilégio”, destaca Paula Nazareth. O convênio deverá ser assinado em novembro.
“A iniciativa do TCE é muito legal. Se os órgãos públicos, as empresas, todos, enfim, tivessem essa preocupação com a acessibilidade seria muito bom. A gente do Benjamin Constant tem feito essa compatibilização dos processos para pessoas com deficiências visuais, mas é importante que ela também se estenda para outras áreas, como das pessoas com deficiências auditivas. Espero que o Tribunal toque isso à frente, porque muitas instituições iniciam esse processo e depois não dão continuidade”, afirmou José Francisco de Souza, da Comissão de Acessibilidade do Benjamin Constant e que também apresenta deficiência visual.
A diretora Paula Nazareth ressaltou que a ECG já iniciou contato com o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). “O INES trabalha muito em conjunto com o Benjamin Constant, e também temos interesse em firmar um convênio, com vistas a oferecer capacitação para servidores públicos com deficiências auditivas, não só do tribunal como também das prefeituras e do governo do estado. Porque a lei determina a oferta de vagas obrigatórias para as pessoas com necessidades especiais nos concursos públicos, mas, muitas vezes, elas não encontram nos órgãos públicos uma estrutura que lhes permita desenvolver seu trabalho”, concluiu.