Começou na segunda-feira (11) o primeiro treinamento presencial da equipe que atuará no Conselho de Auditores da Organização das Nações Unidas (ONU). O grupo é formado por profissionais do Tribunal de Contas da União (TCU), da Controladoria-Geral da União (CGU) e de tribunais de contas dos estados e municípios. Membros da Controladoria-Geral do Chile, instituição que atualmente ocupa a vaga que o Brasil assumirá em julho, participam das atividades no Instituto Serzedello Corrêa (ISC), em Brasília (DF).
O presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, fez a abertura do encontro dando boas-vindas aos participantes. Ele relembrou a trajetória da candidatura do Brasil à vaga no Conselho de Auditores e destacou que a eleição por aclamação na Assembleia-Geral da ONU, em novembro passado, é fruto do reconhecimento da maturidade e da evolução dos trabalhos da Corte de Contas.
“O Brasil é famoso no mundo por ter ótimos diplomatas e queremos mostrar para o mundo que temos ótimos auditores também. Para isso, decidimos compor uma equipe bastante plural, formada por auditores do TCU e por colegas dos tribunais de contas de estados e municípios e da CGU. Este ambiente de troca é o que buscamos no sistema de controle no país”, afirmou.
O presidente reforçou que o Brasil terá a oportunidade de contribuir para dar mais funcionalidade aos trabalhos da ONU. “Acreditamos na diplomacia e na capacidade de diálogo entre os povos. Faremos auditorias financeiras com muita qualidade, faremos auditorias operacionais com muita qualidade, e teremos a chance de mostrar que conseguimos ajudar a melhorar a performance da organização”, disse Dantas.
Ao agradecer a presença dos auditores chilenos, que vieram compartilhar experiências e conhecimento com o time brasileiro, o ministro ressaltou a qualidade técnica das equipes daquele país. “Suceder o Chile é um desafio de muita envergadura. Os chilenos são conhecidos dentro do sistema ONU pelo profissionalismo e qualidade dos trabalhos. Nós teremos a tarefa de manter este padrão e ter sinergia com os colegas da França e da China, que se mantêm no conselho”, pontuou.
Chile compartilha a experiência no Conselho da ONU
Ainda durante a manhã, a diretora e o diretor-adjunto do Departamento de Auditoria da ONU na Controladoria-Geral chilena, Marta Morales e Pablo Dequero, e o chefe do backoffice no Chile, Arturo Eliseo, apresentaram o panorama do trabalho junto às Nações Unidas. Ao longo da manhã, eles explicaram o papel do Board of Auditors, como é conhecido o conselho em inglês, a lista das entidades auditadas pelo Chile e que seguirão no portfólio do Brasil, os relatórios que o conselho emite, processos de trabalho e aspectos operacionais para a execução das atividades.
“Estamos muito felizes pelo fato de o Brasil ter chegado a este posto e com isso poder dar sequência à representatividade da América Latina no Conselho de Auditores das Nações Unidas”, disse Marta Morales. “Haverá desafios, mas tenho certeza de que o Tribunal de Contas da União do Brasil tem os elementos necessários para executar o trabalho. Esta é uma oportunidade única de contribuir para aprimorar o accountability do sistema ONU”, observou Pablo Dequero.
Para o diretor de auditoria externa do TCU, Maurício Wanderley, que chefiará a missão do Tribunal em Nova Iorque, a primeira parte da conferência foi importante porque mostrou o funcionamento do trabalho no dia a dia. “O evento é uma oportunidade para a equipe conhecer os aspectos relacionados à governança do processo de auditoria dos órgãos das Nações Unidas, a partir da experiência prática do país que vamos suceder”, concluiu.
O mandato do Chile no Conselho de Auditores da ONU termina em 30 de junho. A partir de julho, o Brasil será responsável por auditar órgãos e missões de paz das Nações Unidas, entre os quais o Fundo das Nações para a Infância (Unicef), o Fundo de Pensão da ONU (UNJSPF), Entidade das Nações Unidas para Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Fonte: TCU