Estudo do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE-SC) liberado na última semana (LEV 23/80056239) traz um cenário preocupante sobre vacinação no Estado. Embora tenham sido registrados avanços na cobertura vacinal de 2021 para 2022, todos os 10 tipos de imunizantes voltados para a proteção infantil (BCG, rotavírus, pneumocócica-10, meningocócica C, pentavalente, tríplice viral, tetraviral, febre amarela, poliomielite e hepatite A) estão abaixo da meta estabelecida no Programa Nacional de Imunização (PNI).
O levantamento feito pela Diretoria de Atividades Especiais (DAE) será enviado a todos os 295 municípios do Estado e à Secretaria de Estado da Saúde para que tomem medidas efetivas que resultem no atendimento dos percentuais estabelecidos. O TCE-SC participará da fiscalização sobre o PNI, que consta do planejamento da Rede Integrar para o segundo semestre de 2023, para analisar e buscar as causas das informações atípicas e de baixa adesão de cobertura trazidas no levantamento.
“Estamos preocupados com os índices de vacinação no Estado, principalmente nessa época do ano, com as doenças típicas de inverno, que lotam nossos hospitais e leitos de UTI, especialmente em se tratando de crianças. Verificamos um declínio na vacinação geral, e isso, segundo a própria Secretaria de Estado, ocorreu em grande parte por causa da divulgação de notícias falsas e por causa da pandemia, que fez com que as pessoas diminuíssem a procura pelos diversos tipos de vacina”, explica a diretora de Atividades Especiais, Monique Portella.
Baixa adesão em campanhas
A vacinação conta a gripe ou influenza é um exemplo. Dentro dos grupos considerados prioritários, a aplicação do imunizante foi pequena e vem decrescendo nos últimos anos. No público infantil, apenas 34,9% tomaram a vacina até 13 de junho deste ano. No ano passado, o percentual foi de 61,2% e, em 2021, 76%. Entre as gestantes, 39,06% foram imunizadas em 2023, contra 48% em 2022 e 77,1% em 2021. Já o índice de vacinação dos idosos neste ano foi de 53,32%, registrando queda em relação aos 65,6% do ano passado e os 67,3% de 2021. A meta para todos eles era 90%.
“O Tribunal traz esse trabalho à tona para auxiliar na conscientização da importância da vacina para minimizar os problemas e as complicações decorrentes dessas doenças”, reforça a diretora. No caso da covid-19, por exemplo, a queda de óbitos, de hospitalização e da taxa de letalidade ocorreu após o início da campanha nacional de vacinação, segundo o alerta 20/2022 da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC). Segundo o órgão estadual, quando mais de 70% da população no Estado atingiram o esquema completo de vacinação, as internações diárias por covid-19 se estabilizaram em níveis mais baixos.
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Fonte: TCE-SC