Presidente do TCE-MT propõe telemedicina para combate à Covid-19 e política de apoio às micro e pequenas empresas

O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Guilherme Antonio Maluf, propôs a implantação da telemedicina para ampliar os atendimentos e eficiência no combate ao novo coronavírus (Covid-19), além de uma política imediata de apoio às micro e pequenas empresas.

A proposta foi feita durante live realizada pela Escola Superior de Contas nesta quinta-feira (25). Além de Maluf, participaram do encontro virtual, o presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Eduardo Botelho, o presidente da Associação Matogrossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga, e o supervisor da Escola Superior de Contas, conselheiro Luiz Henrique Lima, que debateram as ações de combate à emergência de saúde pública no Estado e no país em decorrência da pandemia da Covid-19.  Ao todo, 500 pessoas participaram da live, de 16 municípios.

A Telemedicina é uma área da telessaúde que oferece suporte diagnóstico de forma remota, permitindo a interpretação de exames e a emissão de laudos médicos à distância. Para tanto, ela conta com o apoio das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

“Defendo a telemedicina emergencial em Mato Grosso para melhorar a eficiência no combate ao coronavírus e assim, ter especialistas no interior. Não estávamos preparados para enfrentar uma pandemia, foram criados leitos, mas sem preparação de equipe multidisciplinar. Temos auditores do TCE-MT indo à campo, fazendo fiscalizações e trazendo informações de índices de mortalidade e permanência na UTI”, afirmou.

O presidente da ALMT, Eduardo Botelho, concordou com o presidente do TCE-MT e apoiou a proposta de implementar a telemedicina. “Temos recebido muitas denúncias de índice de mortalidade bem maior do que a média do país, então a telemedicina seria importante, inclusive, para promover capacitação e treinamento da equipe de Mato Grosso”, comentou.

Sobre o apoio às pequenas e médias empresas, o conselheiro Guilherme Antonio Maluf argumentou que a prioridade é a saúde pública e salvar vidas, mas que as instituições precisam com urgência planejar um trabalho de apoio as empresas e, consequentemente, a geração de empregos.

“Temos que preparar o Estado para o pós pandemia agora, para salvar as empresas e os empregos. Devemos propor a união de TCE-MT, ALMT, AMM, Governo do Estado e outros, para fomentar novos empregos e evitar uma quebradeira futura. O Governo Federal tem discutido refis pós pandemia, acho que é uma das alternativas para o Estado e tributos municipais, mas vou além e proponho algo semelhante ao que acontece em Niterói (RJ), onde o BNDES, em parceria com a prefeitura e Governo, levantou recurso para financiar micro empresas, é uma experiência positiva de empréstimo que pode ser pensada”, sugeriu Maluf.

Outra proposta discutida entre TCE-MT e AMM, foi a de desenvolver um projeto para atuação dos municípios na prevenção à Covid-19, estimulando a rede de atenção básica. Será criada uma comissão entre os órgãos para avançar no tema, convidando a Assembleia Legislativa, UFMT, entre outros.

LEITOS DE UTI

A criação de um hospital de campanha em Cuiabá para ampliar os leitos de UTI e a descentralização dos leitos, levando para os municípios do interior, também foram temas da live.

“Acredito que deve haver uma centralização dos leitos de UTI em Cuiabá e Várzea Grande, projeto para estimular as unidades básicas de saúde nos municípios a trabalharem no combate ao coronavírus, utilizando os agentes de saúde para mapear casos, planejar lockdown regional ou distrital e não estadual, com tratamento diferenciado avaliando cada região, além da distribuição de medicamentos aos municípios, mas para as unidades de saúde e utilização com critérios técnicos e médicos”, opinou Maluf.

Neurilan Fraga defendeu barreira sanitária para evitar a entrada de população de outros estados em Mato Grosso e descentralização dos leitos de UTI.

“Não adianta fechar as atividades econômicas, implantar lockdown em Cuiabá, se não tomarem medidas nos demais municípios, que muitas vezes não têm hospital e vai ter o deslocamento para Cuiabá. Se no pequeno município, o prefeito, instituições e sociedade não tiverem medidas de distanciamento social e sanitárias, vão encaminhar pacientes para Cuiabá e Várzea Grande. Encaminhamos aos municpipios, recomendações com 32 medidas tanto de aspecto sanitário quanto de evitar aglomeração para segurar a velocidade da contaminação”, pontou o presidente da AMM.

Já o presidente da ALMT defendeu a aquisição do kit covid pelo Estado para distribuição nos municípios e descentralização dos leitos de UTI. “O Estado tomou as medidas, ampliou o Hospital Metropolitano, mas uma das falhas talvez foi não ter feito um planejamento para construção de UTI no interior.  A concentração fez com que os pacientes do interior viessem para cá, gerando mais superlotação. Então, defendo a construção de UTIs regionais no interior e que depois da pandemia, esses leitos possam ficar”, argumentou.

Ao encerrar a live, o conselheiro Luiz Henrique Lima agradeceu a participação dos convidados e os internautas,e disse que a Escola Superior de Contas tem promovido discussões e orientações para subsidiar os gestores municipais e estaduais. ”Desde o início da situação de emergência, o TCE-MT está promovendo ações de esclarecimento, conscientização, além do seu papel constitucional de fiscalização e controle social sobre esse tema de máxima importância”.

SECOM TCE-MT