O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) realizou, nesta quinta-feira (17), a segunda edição do TCE Talk – formato de palestras e debates criado pela Corte de Contas com o objetivo de fomentar a discussão em torno dos diferentes desafios da gestão pública para a melhoria da governança. O evento aconteceu no Espaço Cidadania Digital (ECD) do TCE-PB e tratou do tema “Como acelerar a inclusão e o letramento digital nas escolas públicas da Paraíba”.
O 2º TCE Talk foi aberto com a fala do presidente do TCE-PB, conselheiro Fernando Catão, que destacou a importância de discutirmos a educação e os desafios que se apresentam diante de uma nova realidade trazida à tona em um período de pandemia, e reforçou a atuação do Tribunal de Contas no controle dos investimentos públicos em educação, sempre atento à assertividade e eficiência dos gestores na aplicação de tais recursos. “O Tribunal de Contas da Paraíba desenvolveu sua própria matriz de indicadores que permite avaliar o desempenho de cada um dos municípios do estado nas áreas de educação e saúde”, concluiu Catão.
Os especialistas convidados a debaterem o tema nesta edição foram o secretário da Educação e da Ciência e Tecnologia do município de João Pessoa, Cláudio Furtado, a pós doutora em educação e professora da Universidade Federal de Campina Grande Denise Lino, e a doutora em Ciências da Computação e professora da Universidade Federal da Paraíba Thaís Gaudencio. A mediação ficou por conta do auditor de contas públicas e coordenador do ECD André Agra.
O mediador, André Agra, antes de passar a palavra aos palestrantes convidados, demonstrou a urgência de tratar do tema em questão, citando uma pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial ainda em 2018 cuja conclusão diz “que 65% dos alunos do primário, em escala mundial, vão trabalhar em empregos que ainda não existem”. E deixou o seguinte questionamento como mote para o evento: “A gente está, realmente, deixando essa geração da escola pública paraibana para trás ou estamos acelerando esse processo de letramento e inclusão digital?”
O secretário Cláudio Furtado abriu o ciclo de palestras e mostrou os esforços da gestão municipal da capital para promover o letramento digital diante de um cenário desafiador de pandemia que acelerou o processo de digitalização – “Em um momento de afastamento social nos questionamos como fazer para a educação continuar e para que as crianças não tivessem um déficit ainda maior. Então a tecnologia é chamada para este cenário, ela dá conta deste momento e promove uma mudança sem volta, que agora precisa ser aperfeiçoada”, afirmou. Ele apresentou o projeto “Aperfeiçoamento dos processos de ensino e aprendizagem a partir da concepção de espaços e práticas inovadoras: Infraestrutura, Tecnologias Educacionais e Soluções Digitais”.
“O que era o futuro já não é mais; nós já estamos no futuro”, foi assim que a professora Denise Lino iniciou sua palestra, destacando o que pode ser tirado de positivo da pandemia: ter trazido para o centro do debate os temas saúde, pela emergência, e educação, pelo fato de nos perguntarmos como agir com os jovens e crianças que agora estavam em casa sem poder ir à escola. Para Denise, o cenário ideal a partir de agora é o formato de ensino híbrido.
Fechando as apresentações, a professora Thaís Gaudencio ofereceu para o debate o ponto de vista de uma profissional de computação ao apresentar as demandas do mercado para profissionais totalmente inseridos no universo digital e a importância do letramento para que o cidadão tenha acesso a serviços e informações que passam, cada vez mais, a ser ofertados exclusivamente por meio de sistemas virtuais.
O evento foi encerrado com a participação do público presente no ECD, que contribuiu para o debate com perguntas e colocações acerca do tema. A 3ª edição do TCE Talk deve acontecer no próximo mês e o tema a ser discutido será Mobilidade Urbana Inteligente.
Fonte: Ascom/TCE-PB