TCE-RJ alerta para riscos decorrentes de atrasos nos testes na Linha 4 do Metrô

O Tribunal Pres. Jonas Lopes - foto 1de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) decidiu, na sessão plenária desta quinta-feira (9/6), com base no resultado da auditoria de acompanhamento feita pelo corpo técnico nas obras da Linha 4 do Metrô – investimento fundamental para a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e maior legado para a cidade –, determinar à presidência da RioTrilhos que realize com a antecedência necessária todos os testes no sistema que entrará parcialmente em operação no dia 1º de agosto. Além disso, a RioTrilhos terá que encaminhar ao TCE-RJ, no prazo de 30 dias, os relatórios referentes a todas as verificações feitas até o momento na Linha 4. A última etapa de testes prevista, chamada de marcha em branco, consistirá numa operação simulada, sem a presença de usuários, pelo prazo de 15 dias, e será finalizada no dia 31 de julho, na véspera do início da circulação dos trens no novo trecho que vai de Ipanema à Barra da Tijuca.

“Queremos ter a certeza de que as pessoas serão transportadas com segurança, tendo em vista que o período de testes, que seria de um ano, foi reduzido para 90 dias e, depois, para 60 dias, e será concluído no dia 31 de julho, na véspera do início da circulação parcial dos trens naquele trecho metroviário”, afirmou o presidente do TCE-RJ, Jonas Lopes de Carvalho Junior, em entrevista na tarde desta quinta-feira. Ele informou que cópias do relatório do Tribunal serão encaminhadas à Prefeitura do Rio, ao Comitê Olímpico Internacional (COI), à Autoridade Pública Olímpica, ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RJ (Crea-RJ) e ao Corpo de Bombeiros Militares do Estado do RJ.

Os técnicos do tribunal constataram e incluíram no relatório, examinado e aprovado pelos conselheiros na sessão plenária, o “ritmo acelerado imposto à fase final das obras”, por conta do atraso do cronograma inicial. De acordo com o relatório, a aceleração das obras “suscita dúvidas quanto à suficiência do tempo reservado a todos os ajustes e testes necessários para a realização de uma operação segura e confiável”. Ao manifestar a preocupação do Tribunal com a redução dos prazos destinados à realização de testes antes da entrada em funcionamento do sistema metroviário na Linha 4, Jonas Lopes relatou as mudanças ocorridas no cronograma. O presidente informou que o contrato original previa testes no período entre outubro de 2014 e setembro 2015, com a entrada em circulação parcial dos trens em outubro de 2015 e o pleno funcionamento do meio de transporte a partir de fevereiro de 2016. Contudo, o contrato foi reformulado, reduzindo o prazo para 90 dias e, posteriormente, para 60 dias. O TCE-RJ constatou que também foi diminuído o prazo de conclusão do trabalho.

De acordo com Jonas Lopes, o Tribunal já produziu seis relatórios, desde que começou, em 2014, a auditoria de acompanhamento das obras. O presidente informou que, desde então, vários alertas foram feitos às autoridades sobre o atraso no cronograma.