Durante o lançamento da 1ª edição do projeto TCE na Comunidade, no dia 22 de setembro, no município de Cantá, ocorreu o ciclo de palestras voltado especialmente para a primeira infância, com especialistas na área e a presença da comunidade, gestores de educação infantil, assistência social, saúde, líderes comunitários, conselhos e sociedade civil organizada.
As palestras ocorreram na tarde do dia 22, no salão nobre da Secretaria de Educação do município. Na abertura da atividade, a coordenadora do GT pela Primeira Infância no Tribunal de Contas de Roraima, conselheira Cilene Salomão, falou a respeito do andamento das ações da primeira infância. Destacou os próximos passos, resultado do seminário “Lugar de criança é no orçamento público”, realizado no mês de agosto, quando representantes dos três poderes e demais parceiros assinaram o pacto estadual pela primeira infância, se comprometendo em priorizar as crianças de 0 a seis anos, especialmente na destinação de emendas para a construção de creches e escolas.
A respeito das ações voltadas aos povos originários, a conselheira deixou claro o compromisso da corte de contas. “Não podemos fechar os olhos para isso. Temos que construir uma proposta para a primeira infância indígena”, destacando o trabalho que está sendo desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Roraima e que contemplará esse público específico.
Na oportunidade, a conselheira Simone Souza, que também é membro do GT, disse que a parceria entre os projetos, TCE na Comunidade e Primeira Infância, só engrandece o papel primordial da instituição que é a orientação e o controle social. “Somos TCE Roraima, exemplo para todos os Tribunais”, disse.
Para o público presente a organização disponibilizou, por meio de parceria com a Secretaria de Trabalho e Bem Estar Social (Setrabes), uma sala temática para as crianças. Os monitores do projeto Brincar e Sonhar conduziram atividades e brincadeiras com os pequenos, conferindo suporte aos responsáveis durante as palestras.
CICLO DE PALESTRAS
A neuropsicóloga Nataly Muniz, tratou a respeito do desenvolvimento infantil, da importância dos marcos do desenvolvimento, nos quais é possível avaliar se a criança está desenvolvendo as habilidades esperadas para aquela faixa etária, e mostrando quanto está defasado o pensamento “cada criança tem seu tempo”, visto os prejuízos que os mais modernos estudos científicos apontam quando há ausência de estímulos nestas “janelas de oportunidade”, em especial nos primeiros 1000 dias, na história deste indivíduo.
Num segundo momento, a médica ginecologista e patologista clínica, Magnólia de Sousa Monteiro Rocha, abordou a importância das consultas de pré-natal para o desenvolvimento saudável dos bebês. A palestrante fez um resgate histórico das leis brasileiras que surgiram para assegurar os direitos às mulheres e crianças, e apresentou levantamentos a respeito dos dados dos óbitos infantis e maternos, como reflexo da precariedade ou ausência desse acompanhamento.
E encerrando o ciclo de palestras a psicóloga Juliana Cardoso Martins, técnica de referência do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), falou a respeito de como gestores, professores e técnicos podem identificar, no ambiente escolar, as crianças vítimas de negligência e maus-tratos. A psicóloga reforçou que além de marcas físicas, os efeitos dos maus-tratos se manifestam em indícios comportamentais e emocionais, “que vão refletir por toda a fase adulta e até o fim da vida.”
Fonte: TCE-RR