TCE-SC destaca características de sustentabilidade do novo edifício-sede

Utilização de tecnologias avançadas com vistas à funcionalidade, plasticidade, conforto, melhor visual e a máxima qualidade interna com o mínimo de consumo energético e mínima poluição. Esses foram os princípios que nortearam o projeto de construção do novo edifício-sede do Tribunal de Contas de Santa Catarina, conforme relatou o engenheiro Ângelo Luiz Buratto na oficina técnica realizada no dia 7 de junho, dentro da programação da Semana do Meio Ambiente do TCE/SC. “O projeto buscou a segurança, a sustentabilidade, a acessibilidade e o respeito ecológico, tudo unido à economicidade”, destacou Buratto.

A oficina “Tribunal de Contas de Santa Catarina e sustentabilidade” foi desenvolvida na sala de treinamento do Instituto de Contas (ICON) e contou com a participação de servidores de várias áreas do TCE/SC que, após a apresentação, debateram sobre o tema e também sobre outros projetos que vêm sendo desenvolvidos no órgão atualmente, como o uso do papel reciclado e a coleta seletiva de lixo.
Em sua apresentação, o engenheiro do TCE/SC destacou, passo a passo, todas as etapas de construção do novo edifício-sede, desde os primeiros projetos que sugeriam a construção de mais um piso sobre a cobertura do Bloco B, passando pelos estudos que definiram como melhor proposta a aquisição do terreno da Associação Catarinense dos Engenheiros, seguido pela consulta de viabilidade da obra jundo à Prefeitura Municipal de Florianópolis, definição do quadro de necessidades do TCE/SC e realização de concurso para a escolha do anteprojeto arquitetônico.
“Realizado o concurso em 2005, foram obtidos nove anteprojetos, cada qual contemplando soluções diferentes para a edificação a ser erguida”, informou Buratto ao ressaltar que “o projeto vencedor contemplou a ideia de ‘Green Building’ (prédios verdes), cujo conceito buscou a obtenção das melhores soluções prediais, revelando a preocupação com o meio ambiente, a cidade e o ser humano”.

Flexibilidade

Segundo Buratto, as formas geométricas do edifício permitem um melhor aproveitamento do espaço físico em cada pavimento. “Os pilares principais que sustentam o prédio estão localizados no núcleo central, onde estão os elevadores, e nas extremidades da edificação, de forma que a área útil, onde localizam-se as salas, não contém vigas e apresentam, por isso mesmo, bastante flexibilidade quanto ao seu uso, podendo ser organizadas através de divisórias”, salientou, lembrando ainda que “o piso elevado em cinco pavimentos também permite a flexibilização dos layouts, favorecendo a realização de adaptações para o melhor funcionamento ao longo do tempo”.

Outro ponto ressaltado pelo engenheiro do TCE/SC foi o aproveitamento da água pluvial e dos drenos do sistema de ar condicionado para uso nas válvulas de descarga dos banheiros coletivos. “Esta água é colhida em todos os andares, pré-filtrada no térreo, destinada e armazenada no subsolo, bombeada para um compartimento específico no reservatório superior e, a partir daí, alimenta, por gravidade, as válvulas de descarga das instalações sanitárias coletivas”, explicou.
Buratto falou ainda da preocupação com a redução de consumo de energia através da adoção de conceitos que permitem maior luminosidade e redução da carga térmica no interior do edifício. “Conseguimos isso através da utilização de vidros refletivos, de cortineiros e persianas e também com a instalação de thermo-brises recheados com poliuretano expandido, de forma a quebrar o efeito da insolação, especialmente nas fachadas norte e leste, reduzindo assim a calor no interior do edifício, o uso do ar condicionado e, por consequência, o consumo de energia. Além disso, as grandes fachadas envidraçadas permitem o melhor aproveitamento da luz natural, dispensando a iluminação elétrica durante boa parte do dia para todas as salas”, comentou. Outro benefício apontado é o uso de um sistema de iluminação que contempla lâmpadas de baixo consumo de energia e alto rendimento em todos os pavimentos.

Climatização

Sobre a climatização do edifício, Buratto informou que foi escolhido o sistema por Fluxo de Refrigerante Variável (VRF), que apresenta alto rendimento, possibilita o uso setorizado de evaporadoras em cada sala a partir de diversas redes frigorígenas, gerando uma grande economia no consumo de energia. “O gás refrigerante é ecológico, e assim, em caso de vazamento, não há prejuízo à camada de ozônio”, ressaltou. Ele também esclareceu que o sistema  de climatização é automatizado e possibilita a sua programação, fazendo com que o sistema desligue o ar condicionado, caso algum servidor esqueça de fazê-lo. “Tudo é monitorado e a intervenção no sistema pode ser feita de forma remota, via WEB, para adequações e correções de falhas que por ventura possam ocorrer, inclusive com vistas à manutenção. Essa automação vale também para a iluminação”.

Com relação aos elevadores, o engenheiro do TCE/SC citou o dispositivo de acionamento, que, aliado a um sistema de programação do tipo TK VISION, permite a adequação do funcionamento com estratégias, através das chamadas inteligentes, na qual é acionado o elevador que estiver mais próximo. Segundo ele, o sistema, por enquanto, funciona em grupo de dois elevadores, porém, futuramente, a programação contemplará os quatro existentes. “Isso ainda não foi feito porque um dos elevadores está sendo utilizado para serviços, em função de obras no prédio antigo e que requer o transporte de materiais”, esclareceu.

Aspectos de segurança também foram considerados. Em atendimento à exigência do Corpo de Bombeiros, a edificação contempla um heliponto na cobertura do prédio, escadas enclausuradas à prova de fogo, sistemas preventivos de incêndio, sinalização de saídas de emergência e rotas de fuga, alarmes contra roubos, além de outros equipamentos.

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