Uma auditoria especial feita pelo TCE no município de Escada foi assunto de uma reportagem veiculada nos telejornais da Globo Nordeste na semana passada. A fiscalização refere-se ao mau uso dos recursos públicos por parte da administração municipal. De acordo com a denúncia, a prefeitura gastou quase R$ 450 mil na construção de quadras esportivas e vestiários em três escolas públicas do município, a Monte Sinai (R$ 67.679,65), a Zenóbio Lins (R$ 180.859,69) e a Tancredo Neves (R$ 198.280,16), mas as obras nunca chegaram a ser executadas.
A equipe de reportagem visitou os locais e constatou os problemas. Na escola Monte Sinai, o terreno está coberto pelo mato. Parte das pilastras chegou a ser erguida, mas a obra parou há dois anos. A escola Zenóbio Lins também está cercada por um matagal. No local onde deveria ter sido construída a quadra esportiva, a reportagem encontrou um campo de barro que serve de área de lazer aos alunos. Já a unidade de ensino Tancredo Neves fica num imóvel acanhado, onde sequer caberia um ginásio.
A auditoria do TCE encontra-se em fase de conclusão. O julgamento deve ocorrer até agosto. Entre os citados na investigação estão o prefeito Lucrécio Gomes, secretários municipais e a construtora Lima. A mesma denúncia também foi feita pela Câmara de Vereadores de Escada ao Ministério Público. “A gente faz um levantamento e vê a compatibilidade entre o que é pago e o que é executado. E, neste caso específico, a equipe de auditores identificou pagamentos de quase R$ 450 mil em serviços que não foram realizados ou que foram realizados parcialmente”, afirmou o gerente de Auditorias de Obras Municipais do TCE, Paulo Henrique Cavalcanti, durante entrevista ao NETV.
Ele explicou ainda que, em caso de condenação, a prefeitura pode ter suas contas rejeitadas pelo Tribunal. O TCE também pode encaminhar o resultado da auditoria especial para o Ministério Público, para que sejam adotadas providências.
O prefeito Lucrécio Gomes não foi localizado para comentar a investigação. O secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, José Alves, argumentou que o projeto foi elaborado na gestão anterior, que as obras começaram a ser realizadas em 2014, mas que depois o trabalho parou.
A construtora Lima Ltda., responsável pelo serviço, fechou as portas há seis meses. A prefeitura estuda processar os responsáveis.
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